Em São Paulo, Hamilton fala de racismo, GP no Rio e novo regulamento da F-1

Lewis Hamilton não cresceu apenas dentro da pista, ao longo da trajetória que o levou ao hexacampeonato mundial de Fórmula 1. Sem frases de efeito ou um tom exaltado, o britânico se mostra cada vez mais dono de opiniões fortes. Que vão muito além do cenário da competição. Na chegada a São Paulo, onde disputa o GP Brasil, o piloto da Mercedes participou de entrevista promovida pela Petronas, parceira do time. Falou de futuro, sustentabilidade, reconhecimento e, respondendo pergunta do Racemotor, das novas regras para 2021.

Acesso ao automobilismo

“Se eu voltasse no tempo e tivesse que começar tudo hoje, talvez não chegasse à Fórmula 1, o esporte está ficando mais caro e caminhando na direção errada. Vindo de uma família de classe média, não me imaginaria na F-1. Quero me engajar com a FIA e com a F-1 para facilitar o acesso aos mais jovens. Deveríamos trabalhar com essa perspectiva, todo mundo pode sair chutando uma bola, mas nem todo mundo pode comprar um kart. Exige um investimento, mas não deveria ser tanto”.

Reconhecimento pelos britânicos/discriminação

“Eu não corro por reconhecimento, não é isso que me impulsiona, não procuro pensar nesse fato. Talvez as coisas fossem diferentes se eu fosse branco, mas no fim das contas prefiro me concentrar nas coisas positivas”.

Melhor de todos os tempos?

“Como atletas acreditamos que somos os melhores, buscamos ser os melhores no que fazemos. Mas o automobilismo é diferente, por exemplo, do tênis, em que é só você contra seu oponente. Para nós sempre há muitas coisas envolvidas na equipe, no equipamento”.

Aposentadoria

“Não penso nisso agora. Vários pilotos chegaram a correr com 39, 40 anos. A F-1 é acima de tudo meu hobby, minha paixão e, enquanto me sentir bem nela, não vejo motivo de parar”.

Interlagos x Deodoro

“Não necessariamente a mudança é algo negativo. Mas Interlagos é uma pista histórica, está pronta e atende à Fórmula 1. Não me empolga saber que várias árvores serão derrubadas; que muito dinheiro será gasto. Dinheiro que poderia ser investido no atendimento aos mais pobres, na educação que, para mim, é algo fundamental. Amo o Rio, quero passar mais tempo lá, mas não sei se uma nova pista para a F-1 é necessária”.

Regras 2021 (pergunta do Racemotor)

“De início o visual me pareceu algo estranho, mas não é a primeira vez que tenho essa sensação. Se é para as corridas evoluírem e ficarem mais emocionantes, sou totalmente a favor. Hoje é um problema seguir quem vai à frente, temos muito downforce e necessitamos de algo como o DRS, que é como um ‘band-aid’, um curativo. Se as coisas evoluírem como no papel, tem tudo para ser o melhor carro de Fórmula 1 de todos os tempos, e é lógico que eu vou querer estar lá. Será uma forma a mais de mostrar minha habilidade”.

Siga o Racemotor no:

Threads

Instagram

Facebook

Twitter

Você também pode gostar
Deixe seu comentário

Este site utiliza cookies para aprimorar sua experiência. Clique em Aceitar se concordar. AceitarLeia mais