Personagem: Gabriel Soares, o Tomate, e um desempenho internacional de respeito

Conquistar uma medalha de ouro na primeira participação nos Seis Dias Internacionais de Enduro (ISDE) não é incomum, para quem vem de nações tradicionais na modalidade. Caso de finlandeses, italianos, norte-americanos, franceses e australianos. Para um brasileiro, no entanto, o feito ganha ares de façanha. E confirma o que é cada vez menos aposta e cada vez mais realidade.

Para o mineiro Gabriel Soares, o Tomate, foi, acima de tudo, a chance de ‘salvar’ uma temporada que, nas competições nacionais, não trouxe quanto se esperava. O que causou ansiedade mas, ao mesmo tempo, trouxe foco e vontade extras para encarar mais de 1.400 quilômetros de trilhas na região do Algarve, em Portugal.

Não bastasse o tipo de trilhas diferente dos encontrados no Brasil, as variações de altitude e especialmente de temperatura se tornaram obstáculos a mais para o piloto de Divinópolis. Que, ainda por cima, não corria com sua CRF 450 RX habitual, mas um modelo semelhante alugado pela Honda Racing na Europa (como é tradicional).

Conhecido pelo ritmo impetuoso e pelo ataque constante, Tomate contou com uma ajuda fundamental para evitar exageros e crescer ao longo da prova, exatamente como exige o Six Days. Maior nome da história da modalidade no Brasil, com títulos brasileiros, sul-americanos e portugueses (além de ouro no ISDE), o também mineiro Felipe Zanol, hoje chefe de equipe da Honda não só transmitiu toda a sua experiência, como procurou conduzir a estratégia de prova para tirar o melhor do piloto de 22 anos, que trocou o motocross pelo Enduro FIM.

“No último dia eu estava me sentindo muito bem, confiante, à vontade na moto. O ‘Zana’ não quis me mostrar minha posição real, porque sabia que eu poderia me empolgar, e escondeu a placa. Depois que terminou é que vi que tinha sido mais rápido do que pilotos como o Eero Remes, superado gente muito mais forte e experiente. Foi um resultado sensacional”.

Temporada

Se o foco prossegue no Brasileiro, Tomate e Zanol planejam fazer mais provas no exterior para desenvolver o potencial mostrado – o próprio Campeonato Português é uma hipótese, assim como alguma etapa do Mundial e, lógico, o Six Days da Itália. A notoriedade do ‘patrão’ em terras lusas, aliás, foi algo que impressionou o piloto. “Onde quer que ele vá é parado para tirar fotos, conversar, dar autógrafos”.

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