A pressão de algumas equipes da F-1 (especialmente a Mercedes) deu resultado. A FIA anunciou nesta quinta-feira, véspera do início dos treinos para o GP do Canadá, em Montreal, uma diretiva técnica para tentar controlar o fenômeno do porpoising. Por se tratar de uma medida que envolve a segurança dos pilotos, ela não exige unanimidade dos times, nem pode ser vetada por qualquer um deles.
A entidade vai começar a monitorar o desgaste dos assoalhos; das pranchas e dos canais sob as laterais que criam o efeito-solo. Além disso, pretende desenvolver uma fórmula matemática que determine um quociente máximo de oscilações verticais.
O porpoising (que pode ser traduzido como o movimento dos golfinhos) ocorre especialmente nas retas. Após um certo nível de downforce, a parte inferior do carro na dianteira estola (perde a eficiência aerodinâmica) e, com isso, faz com que a suspensão se descomprima. O que provoca os quiques. Fenômeno semelhante ocorreu no fim dos anos 1970 e começo dos 1980, com os carros-asa. Menos prejudicial, já que os carros tinham menor potência e downforce.
Nem mesmo o comitê técnico da F-1 comandado por Ross Brawn conseguiu prever que o porpoising estaria de volta e com tamanha intensidade ao definir as novas regras aerodinâmicas e simulá-las em inúmeros ensaios. Os testes das equipes em túnel de vento também não detectaram o problema.
Alguns pilotos se mostraram preocupados com os efeitos dos quiques, especialmente nas costas. No GP do Azerbaijão, em Baku, ficou claro nas câmeras onboard das Mercedes como elas batiam intensamente o assoalho no asfalto. O corpo médico da FIA confirmou a possibilidade de consequências mais sérias; o que levou a entidade a agir.
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