Sebastian Vettel deixa a F-1 no fim do ano

Um dos mais vitoriosos e carismáticos pilotos das últimas décadas na Fórmula 1 vai deixar a categoria no fim da temporada. Nesta quinta-feira, véspera dos treinos livres para o GP da Hungria, Sebastian Vettel anunciou sua aposentadoria no próximo GP dos Emirados Árabes. O tetracampeão (2010 a 2013), atualmente na Aston Martin, justificou a decisão pelo desejo de aproveitar outros aspectos da vida que ficaram em segundo plano diante da dedicação total ao automobilismo.

“Amo esse esporte, ele foi o centro da minha vida desde quando consigo me lembrar. Mas, ao mesmo tempo em que há vida nas pistas, também há fora delas. Nunca me vi apenas como um piloto. Quem sou eu? Sou Sebastian, pai de três filhos e marido de uma mulher maravilhosa. Sou tolerante e acredito que todos temos o mesmo direito à vida, não importa como somos, de onde viemos e a quem amamos. Tenho outros interesses além da F-1. Minha paixão por ela me exigiu bastante energia. Meu foco deixou de ser vencer corridas para ver meus filhos crescerem; transmitir meus valores a eles e ajudá-los a levantar quando caírem. Tenho muito a aprender sobre mim e sobre a vida. Minha melhor corrida ainda está por vir. Quero encarar novas pistas e desafios. Amei cada pedaço da minha trajetória. Obrigado por a dividirem comigo”, disse o piloto de 35 anos, no vídeo em que anuncia o fim da carreira.

Trajetória

Nascido em Heppenheim de uma família de classe média, Vettel teve, no suporte da Red Bull, a chance de avançar nas pistas. Campeão da F-BMW em 2004 e vice-campeão europeu de F-3 em 2006. No ano seguinte, disputou a F-Renault 3.5 ao mesmo tempo em que se tornou piloto de testes da Sauber BMW. E ganhou a chance de estrear na F-1 no GP dos Estados Unidos (Indianápolis), no lugar de Robert Kubica, acidentado no Canadá.

Já na Hungria ele se tornou titular da Toro Rosso, na vaga de Scott Speed. O GP da Itália de 2008 marcou a primeira pole e a primeira vitória, no time B da Red Bull que surgiu da modesta Minardi. O que valeu a promoção para a Red Bull no ano seguinte. A temporada 2010 marcou o início de uma hegemonia, com cinco vitórias e o primeiro título, com apenas 23 anos. O tetra, em 2013, trouxe os números mais impressionantes: 13 vitórias e nove poles.

Em 2015 veio a mudança para a Ferrari, com a expectativa de chegar a novos títulos e repetir a passagem de seu ídolo Michael Schumacher na Scuderia. Apesar das 14 vitórias, esbarrou no domínio da Mercedes no início da era híbrida – foi vice de Lewis Hamilton em 2017 e 2018. Ao fim de um campeonato desastroso em 2020 para o time de Maranello, anunciou sua ida para a Aston Martin, como aposta para acelerar o desenvolvimento do time britânico. Nas ruas de Baku, no ano passado, conquistou o último de seus 122 pódios. E em Monza, a última pole.

Diferente

Vettel ajudou a F-1 a ganhar uma dimensão mais humana. Desde o começo da carreira, se preocupou com os fãs – não era raro vê-lo dando autógrafos no paddock minutos antes do início dos treinos. Cordial com os jornalistas, chamou a atenção por aspectos como os nomes de mulher dados a seus carros. E especialmente nos últimos anos adotou uma postura engajada. Posicionou-se firmemente contra o racismo, a homofobia e passou a se envolver em projetos de defesa do meio ambiente. Caminhos em que deve se envolver ainda mais com a saída do circo.

Os números de Vettel na F-1

290 GPs

53 vitórias (primeira: Itália 2008)

58 poles

122 pódios

Campeão mundial 2010 / 2011 / 2012 / 2013

Equipes: Sauber BMW (EUA 2007); Toro Rosso (Hungria 2007 a 2008), Red Bull (2009 a 2014), Ferrari (2015 a 2020), Aston Martin (2021 e 2022)

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