Exemplo de superação no Paulista da F-Vee

O automobilismo não é um esporte barato ou acessível para grande parte da população. Mas também não é inalcançável para quem conta com a situação financeira menos privilegiada. Gente para quem pagar as contas e fechar o mês no azul é a principal preocupação. Um ótimo exemplo vem do Paulista de F-Vee 2022. A competição é liderada por um piloto que mostra bem o valor dos sonhos e da força de vontade para superar os obstáculos.

Natural de Osasco, Lucas Veloso, de 26 anos, é filho de dona Luzia, manicure que tem o seu salão no quarto dos fundos da casa onde moram em Itapevi, Grande São Paulo, e do seu José, motoboy. O sonho de ir para as pistas veio após uma trajetória em que foi ajudante geral, fez serviços de limpeza, empacotador de supermercado, motoboy, camelô, trabalhou em locadora de carro, montou sua própria hamburgueria que faliu com a pandemia e hoje é motorista de aplicativo.

Apoio

Com 1,90m, ele ainda ouviu que jamais caberia em um carro de fórmula. Após as primeiras experiências no kart, participou de um ‘Dia de Piloto’ da Vee, em Interlagos, pago parcelado. Vaquinhas e a ajuda de conhecidos o levaram a alinhar na Copa ECPA, em Piracicaba. De lá para o Paulista, e agora com apoios que o ajudam a garantir o orçamento necessário no carro #96 – a Xapadão, distribuidora de bebidas e adega; o energético Long One; a Ecodesmonte, que trabalha com desmonte ecológico de carros; a Auto Escola Rogério; a academia Energy Fitness; e a JVC, instaladora de kit gás para veículos e mecânica em geral.

“Mesmo diante de todas as dificuldades, eu sempre senti que o automobilismo estava dentro de mim. Eu só precisava de uma oportunidade. Agora, tenho a chance de fazer o que gosto e de aproveitar este momento. Espero um dia, depois de tudo que fiz, poder viver apenas de corridas.”

Hamilton da favela

Lucas, aliás, não é o primeiro na Vee com uma trajetória assim. Em 2020 o campeonato teve como protagonista Wallace Martins, vindo da comunidade carente da Brasilândia, em São Paulo. Apelidado de ‘Hamilton da favela’, ele venceu o Paulista na Júnior depois de começar na categoria como ajudante e responsável pelo trabalho nos carros. Uma experiência que o levou ano passado à Fórmula Delta, com direito a vitória.

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