Argentino lidera Dakar nas motos. Spinelli entre os 15 nos carros
Exigente. Complicada. Brutal. Alguns dos adjetivos usados pelos pilotos do Dakar para definir a quinta etapa da competição. Os 456 quilômetros cronometrados entre Riyadh e Al-Qaisumah, na Arábia Saudita, trouxeram dunas, pedras e, mais uma vez, armadilhas na navegação. E, mais uma vez, mudaram o comando da prova nas motos. A liderança passou às mãos do argentino Kevin Benavides, com a CRF 450 Rally da Monster Energy Honda.
Não sem sustos. Benavides sofreu uma queda numa duna em que chegou a chocar a cabeça no equipamento de navegação. Voltou à prova e conseguiu abrir vantagem para o companheiro de equipe José Ignacio Cornejo – o chileno garantiu uma dobradinha de time e sul-americana. Na geral, o argentino está 2min31 à frente do francês Xavier de Soultrait (Rockstar Husqvarna). Cornejo é terceiro (a 3min42).
Carros
Nos carros, o sul-africano Giniel de Villiers (Toyota Hilux/Gazoo Racing) finalmente teve um dia sem problemas para vencer pela primeira vez – seu compatriota e companheiro de time Henk Lategan capotou. O dia, aliás, foi do país africano, já que Brian Baragwanath foi o segundo mais rápido com seu Buggy Century CR6. Terceiro, Stephane Peterhansel (Buggy Mini JCW) fez valer toda a sua experiência para abrir mais 2min13 em relação a Nasser Al-Attiyah (quarto) na classificação geral da prova.
Guilherme Spinelli/Youssef Haddad (Mini All4/X-Raid) voltaram a avançar no acumulado. Com a 16ª posição na etapa e agora aparecem em 15º na geral. “Hoje é motivo de comemoração por chegar ao final desta especial. Foi uma etapa realmente muito dura do Dakar, a mais exigente até aqui na edição deste ano. Começamos com muita areia e pedras e ao todo tivemos mais de 100 km de dunas, sobretudo no final. A navegação era muito complicada, principalmente no início, com muitos carros perdidos, mas depois seguimos bem. Não tivemos nenhum furo de pneu, tomamos bastante cuidado o resultado foi positivo”, destacou Guiga.
Marcelo Gastaldi/Lourival Roldan (Buggy Century CR6) completaram o estágio com o 27º melhor tempo. Seguem entre os 20 primeiros na classificação (19º).
UTVs
Três furos de pneu transformaram a liderança do dia em um calvário para Reinaldo Varela/Maykel Justo (Can-Am Maverick/Monster Energy Can-Am. Com apenas dois estepes, eles contaram com o auxílio do português Lourenço Rosa, que emprestou mais um para que seguissem e completassem a etapa em 12º na classe T4 dos UTVs.
A vitória nesta quinta-feira ficou com o chileno Francisco ‘Chaleco’ López (Can-Am Maverick), que lidera a prova. Em segundo, Khalifa Al-Attiyah, irmão de Nasser. Ao lado do norte-americano Austin Jones, Gustavo Gugelmin é o terceiro na classificação geral.
Seth Quintero, com o Overdrive OT3 do Red Bull Junior Team, comanda na T3.
Reclamações
Pilotos experientes nas duas e quatro rodas têm reclamado das dificuldades de navegação na prova deste ano – nesta quinta-feira, foi a vez o atual campeão dos carros, Carlos Sainz, manifestar sua insatisfação. “Este é meu 14º Dakar e nunca havia me perdido por meia hora em dois dias, nem visto todo mundo perdido. O rally se parece mais uma Gymkhana que o Dakar”, desabafou.
Coincidência ou não, o novo cenário foi criado com a regra que determina a liberação da planilha poucos minutos antes da largada de cada etapa. As principais equipes, nas duas e quatro rodas conseguiam, de posse do roteiro na véspera, fazer varreduras que ajudavam a indicar os pontos mais complicados e a direcionar a navegação.
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