Caravana do Rally Dakar encara ‘fesh-fesh’ e supera etapa mais longa da competição
‘Fesh-fesh’: um termo dos tempos em que o Rally Dakar era disputado na África, mas que também atravessou o Atlântico para marcar presença na América do Sul. Trata-se da camada fina e poeirenta de terra que fica sobre o piso mais firme e costuma surpreender mesmo os mais experientes. Pois foi ele o principal desafio da quarta e mais longa etapa da edição deste ano (primeira perna da maratona sem apoio mecânico que não dos próprios competidores), com 405 quilômetros cronometrados entre Arequipa e Tacna. Mais uma vez houve mexidas na classificação geral, embora de forma bem menos dramática que na véspera.
Nos UTVs, o então líder Francisco ‘Chaleco’ López enfrentou problemas e perdeu mais de uma hora em relação ao russo Sergei Kariakin, melhor do dia. Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin se recuperaram das dificuldades da terceira etapa e ficaram em segundo (a 4min54 de Kariakin), ocupando agora a quarta posição na geral, com desvantagem de 30min30. Marcos Baumgart/Kléber Cincéa permanecem em sexto, enquanto Cristian Baumgart/Beco Andreotti ocupam a 11ª posição.
Mudança também nas motos, com vida curta para a liderança do chileno Pablo Quintanilla (Husqvarna). O norte-americano Ricky Brabec, agora a principal aposta do time oficial HRC Honda com o abandono do espanhol Joan Barreda, tomou a ponta ao vencer a etapa, à frente do trio da KTM – Matthias Walkner, Toby Price e Sam Sunderland. Ele conta com 2min19 de vantagem para Quintanilla, com Price e Sunderland no encalço.
A disputa entre os carros se transforma cada vez mais num duelo. Nasser Al-Attiyah voltou a ser o mais rápido com a Toyota Hilux da Gazoo Racing, mas Stephane Peterhansel (buggy Mini JCW) veio em seguida, situação que se repete na classificação acumulada (8min55 de diferença). Sebastien Loeb (Peugeot 3008 DKR) voltou a enfrentar dificuldades (três furos de pneu) e vem em sexto, a 50min22 da ponta.
Mesmo perdendo 13 minutos no dia para o companheiro de equipe Andrey Karginov, Edouard Nikolaev segue à frente entre os caminhões com seu Kamaz. Já o argentino Nico Cavigliasso voltou a vencer entre os quadriciclos para ampliar a já confortável vantagem (34min03).