Em dia de ajuda e tristeza, brasileiros avançam no Dakar

O domingo da sétima etapa do Rally Dakar 2020, marcado pela morte do motociclista português Paulo Gonçalves, foi também de grande dificuldade para a caravana. De Riyadh a Wadi al Dawasir, foram 546 quilômetros cronometrados de mudanças constantes no terreno, com muitas dunas e areia. Como muitos também foram os problemas enfrentados por pilotos e navegadores ao longo do estágio.

Nas motos, Kevin Benavides (Honda CRF Rally/HRC) foi o mais rápido. Fora da disputa pela vitória geral devido ao problema no motor de sexta-feira, ele dedicou o resultado a Gonçalves, que foi seu companheiro na Honda. Outro que dividiu o time com o português, o norte-americano Ricky Brabec (Honda CRF Rally/HRC) consolidou a liderança com o quinto lugar no dia.

Antônio Lincoln Berrocal (KTM 450 RR) foi o 102º do dia, com 42 minutos de penalização – outros 14 pilotos foram punidos com total semelhante. Ainda assim, se mantém na disputa, em 79º no geral. Em sinal de respeito à memória de Gonçalves, o estágio da segunda-feira foi cancelado para motos e quadriciclos.

Sainz segue e amplia

Entre os carros, o Dakar 2020 cada vez mais se mostra uma disputa à parte entre três campeões da prova. Por enquanto, vantagem para Carlos Sainz/Lucas Cruz (Mini JCW Buggy), com direito a mais uma vitória de etapa, à frente de Nasser Al-Attiyah/Mathieu Baumel (Toyota Hilux/Gazoo Racing) e Stephane Peterhansel/Paulo Fiúza (Mini JCW Buggy), exatamente a ordem na classificação geral.

Fernando Alonso (Toyota Hilux/Gazoo Racing) vem surpreendendo pelo ritmo forte, a ponto de, com o sexto lugar no dia, ser mais rápido que o companheiro e vencedor da prova Giniel de Villiers. O bicampeão mundial de F1, depois dos vários problemas mecânicos, já vislumbra um posto no top-10 (é o 15º).

UTVs

Na disputa dos UTVs, Blade Hildebrand/François Cazalet, com o OT3 Overdrive foram os mais rápidos, mas não aparecem na classificação, já que seguem como parte do Dakar Experience (abandonaram uma etapa).

O segundo lugar foi suficiente ao também norte-americano Casey Currie (Can-Am Maverick) para tomar a liderança no geral do chileno Francisco ‘Chaleco’ Lopez. Com direito a ajuda de Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, que pararam para ajudar os companheiros de time a trocar um pneu furado. A dupla brasileira, que também auxiliou um piloto de quadriciclo, ficou com a sexta marca da etapa e aparece em 11º no acumulado.

“O resultado é importante mas mais importante é a segurança e o companheirismo. Nós mesmos já fomos ajudados em outras provas, então termos socorrido colegas não é algo raro no Dakar, é parte de um código de ética que boa parte dos competidores respeita. É muito bacana quando a gente tem chance de fazer algo assim”, destacou Varela, campeão em 2018. Ele não deixou de lembrar e lamentar a perda do amigo Paulo Gonçalves.

“O Paulo era nosso amigo e o que aconteceu hoje deixou a todos que o conheciam muito abatidos. Era um piloto experiente, querido e respeitado, com mais de dez participações. Ele encarnava o espírito do Dakar”.

Para carros, UTVs e caminhões, a segunda-feira reserva 474 quilômetros cronometrados, num percurso em laço com largada e chegada em Wadi al Dawasir. Com direito a um retão de 40 quilômetros onde a navegação será praticamente desnecessária.

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