Nelsinho Piquet e Rubens Barrichello entre os 10 na despedida do Sertões
Dois que saem; um que chega. O trio de pilotos do asfalto que estreiam no Sertões 2020, o maior rally das Américas, se altera nesta quinta-feira, quando a caravana encara 337 quilômetros cronometrados (612km incluindo os deslocamentos) e entra no Maranhão. Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet deixam a bolha rumo a Curitiba, onde participam da rodada dupla da Stock Car no fim de semana. E Felipe Fraga assume o comando do Buggy Giaffone V8 da equipe RMattheis, ao lado de Edu Bampi. No ‘quintal de casa’, já que é nascido no Tocantins. Com a missão de levar o ‘bugão’ até Barreirinhas, no que é considerada a sequência mais difícil da prova.
A etapa de quarta-feira trouxe motivos de satisfação para a dupla que encerrou sua participação. Nelsinho finalmente conseguiu se ver livre dos contratempos que o prejudicaram nas etapas 1 e 2 e completou os 329km cronometrados a partir de Campos Belos (GO) na nona posição entre os 55 UTVs. O sorriso ao descer do carro, recebido com festa pela equipe Varela Racing disse muito sobre a experiência, que ele espera repetir, e na íntegra.
“Estou muito feliz com o dia, com o que a gente conseguiu fazer mas, principalmente, com a atmosfera. Estar aqui, ser parte do Sertões e dessa família é algo parecido com o que se vive nas 24h de Le Mans. Depois dos problemas nas duas primeiras etapas, foi bom fazer a especial completa e bem. O carro estava até mais pesado com outro estepe e algumas peças sobressalentes a mais. Como largava mais atrás, fiz várias ultrapassagens, duas delas como na pista, meio na marra, já que o alerta do Stella deixou de funcionar. Sei que não faço a prova toda, estou correndo como convidado, mas é legal ter essa referência em relação ao pessoal que compete habitualmente na categoria. Minha vontade é em breve fazer o rally todo, algo que depende de patrocinadores, de disponibilidade no calendário, mas que eu torço para que aconteça.”
Caso semelhante ao de Rubinho. Mesmo com problemas no câmbio do buggy que o obrigaram a adaptar a pilotagem e uma falha no motor nos quilômetros finais, ficou com a décima posição geral entre os 38 carros. O aprendizado de uma modalidade totalmente diferente, em que deixar o carro escorregar pode ajudar – diferentemente do asfalto -, foi produtivo e agradou, assim como o entrosamento com Bampi. Desta vez com a maior parte do trecho seco, ele pôde ir adiante em seu limite, o que se confirmou no resultado do dia.
“O rally tem muito de inesperado, e o inesperado traz uma adrenalina que é o que eu mais curto. Teve um momento em que a gente estava muito bem, muito entrosado, o motor começou a falhar com 40km de especial, mas alguma coisa me dizia ‘respeita a natureza que a gente vai chegar’. Eu estava num limite gostoso, me divertindo e fui me adaptando aos problemas, e isso foi muito legal. Perdemos um pouco de tempo por isso, mas a diversão foi muito grande. O Edu me agradeceu por ter vivido a emoção de andar sem perigo. Ainda não sei qual é esse perigo, algumas vezes quase bateu, mas isso é normal de um rally. Saio daqui orgulhoso. Já levei uma P10 em minha primeira visita”.
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