Rally Dakar sob ameaça das tensões militares no Oriente Médio
O Rally Dakar, maior aventura fora de estrada do planeta volta a conviver com a sombra de tensões políticas e o temor de ações que impactem a caravana. No primeiro dos cinco anos de contrato entre a organizadora A.S.O e a Arábia Saudita, a prova se desenrola próxima da região que se tornou palco de ofensivas norte-americanas e iranianas. As três primeiras etapas se desenrolaram sem problemas, mas a segunda metade da maratona está prevista para o Noroeste do país. Justamente nas imediações da fronteira com o Iraque, e numa zona separada do território iraniano apenas pelo Golfo Pérsico.
Depois da morte do general Qassem Soleimani num ataque aéreo norte-americano, a Guarda Revolucionária do Irã prometeu se vingar mirando não só os EUA, mas também seus aliados. A Arábia Saudita é um dos principais no Oriente Médio e não mantém relações diplomáticas com os iranianos, devido a diferenças econômicas e religiosas.
A caravana do Dakar 2020 conta com representantes de 60 países, sendo 11 norte-americanos, entre pilotos e navegadores. Tanto quanto o risco propriamente dito, a conclusão da prova pode depender dos bastidores da diplomacia já que, em casos como esse, é habitual que muitos governos peçam a seus cidadãos que deixem a região.
Saída da África
A segurança da caravana e o temor de ataques terroristas e militares foi justamente o que tirou a prova de seu habital natural, a África. A edição de 2008 foi cancelada quando os veículos estavam prontos para a largada, em Lisboa, depois que grupos armados ligados à Al-Qaeda prometeram agir na Mauritânia e no Mali. Antes disso, em várias ocasiões foram feitas mudanças no percurso para evitar regiões de ação de grupos paramilitares.
O Racemotor, que acompanha o Dakar 2020, segue o desenrolar da tensão no Oriente Médio e sua possível interferência na continuidade da prova.
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