Rubens Barrichello supera batismo de fogo e faz bonito no Sertões

Máscara encharcada, macacão enlameado, assim como o tradicional capacete em azul, vermelho e branco. Rubens Barrichello superou um batismo de fogo em seu primeiro contato com o maior rally das Américas. O campeão da Stock Car, vice-campeão mundial de F-1, encarou uma das mais exigentes especiais da história do Sertões. E trouxe o Buggy Giaffone V8 da equipe RMattheis ao fim da primeira perna da etapa Maratona, inteiro.

Foram quase seis horas e meia ao volante, depois de ter corrido na Argentina sábado e domingo. Uma façanha que mereceu elogios não apenas de seu navegador Edu Bampi, mas também de nomes com experiência de sobra no rally cross-country (um dos primeiros a cumprimentá-lo foi o pentacampeão Guiga Spinelli). E que, pelas palavras, e pelos sorrisos na chegada, agradou em cheio.

Ainda que se trate de dois mundos diferentes, Rubinho deu mais uma mostra da capacidade de se adaptar a condições de aderência limitada que o fez brilhar no asfalto sob chuva. E precisou exercitar um lado mecânico – a dupla sofreu um furo de pneu e precisou recolocar a correia do motor no lugar. Mesmo com os contratempos, concluíram o dia na 13ª posição geral entre os 38 carros e a sexta na categoria Open.

Diversão

“Quando eu era pequeno, ía para Interlagos e minha mãe falava para não brincar na lama. Hoje eu brinquei, e me diverti muito. Foi muito legal. Eu achava que a gente vinha lento e de repente estava ultrapassando outros carros, até aprendi a usar a buzina (o Stella, dispositivo para avisar a aproximação a quem vem à frente). E com a tração 4×2 do buggy, muitos pontos estavam bem difíceis. Muitas vezes vinha abanando a traseira do carro nos galhos, havia muitos pontos estreitos. Ainda tivemos que trocar um pneu e recolocar a correia no lugar. Em alguns pontos vi gente que nos reconheceu e fez a maior festa quando passamos. Estou bastante cansado, mas muito feliz. Quando você vê todo mundo falando que foi uma etapa difícil, isso mostra que fizemos um trabalho bacana. E amanhã tem mais”.

Uma performance destacada pelo navegador Edu Bampi, que se surpreendeu com a tranquilidade mostrada pelo piloto. Se ele disser que gosta de rally depois de hoje, é porque ele realmente gosta. Foi muito duro, muita água, nós pegamos todos os tipos de terreno, poças d’água, a gente se encharcou mesmo. Em nenhum momento ele falou ‘isso aqui não é legal’, ele estava bem tranquilo na prova, acredito que se divertiu bastante pilotando o carro. E foi muito humilde ao encarar a especial. É legal saber que numa prova dessa, tão difícil, ele terminou. Conseguimos nos afinar bastante, mas quase não deu tempo para trabalhar a navegação, a maior reta não chegou a um quilômetro. A especial foi o tempo todo falada, ‘vira aqui, faz isso’, numa hora estava liso e escorregando, o carro começa a escapar, depois ficou seco e começou a fazer poeira, foi muito intensa. Não é um padrão de especial em que a gente pudesse dizer que aprendeu a navegação. O Rubinho fez um intensivão e aprendeu da pior, ou da melhor maneira possível. Mesmo eu nunca tinha encarado uma especial assim no Sertões”.

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