A incrível virada de Mick Schumacher, piloto a ser batido no FIA Euro F-3
Em três temporadas no Europeu de Fórmula 3, ele jamais havia posto os pés no alto do pódio até a rodada tripla de Spa-Francorchamps, no fim de julho. Já tinha mostrado, em alguns momentos, flashes de talento, mas não o suficiente para deixar de ser lembrado como “o filho de”. Pois Mick Schumacher parece ter virado uma chave mental que desbloqueou todo o seu potencial e, em um mês e meio, deixou de ser um coadjuvante famoso para se intrometer na luta pelo título e amedrontar os rivais. Afinal, desde aquela primeira vitória, vieram outras cinco, três delas na rodada tripla deste fim de semana, em Nurburgring. Um feito que não ocorria desde 2016, com Lance Stroll que, no ano de seu título, enfrentou resistência bem menor dos rivais.
Duas poles e três triunfos diante de uma torcida que certamente se emocionou não são resultados quaisquer para um piloto que começou blindado pelo pai no kart. Preocupado com os paparazzi e o uso da imagem do primogênito, Michael impedia registros de fotos de Mick até que ele completasse 18 anos (e quem escreve sentiu isso na pele ao ser interpelado por um representante do heptacampeão mundial sugerindo medidas judiciais em caso de insistência, algo que valeu também para uma equipe de reportagem da italiana RAI). Obrigado a lidar com a delicada situação de Michael e a onda de boatos a seu respeito, Mick teve de mostrar capacidade de distanciamento para seguir seu sonho sem a presença do grande inspirador.
Eis que num ano em que Dan Ticktum, Marcus Armstrong (seu companheiro na Prema, assim como estoniano Ralf Aron) e Juri Vips vinham se alternando nas três primeiras posições, o piloto de 19 anos irmão da amazona Gina Maria e filho de Corinna e Michael conseguiu o que parecia impossível. Somou 33 pontos a mais do que Ticktum, protegido da Red Bull e agora tem duas rodadas triplas e seis corridas (Red Bull Ring e Hockenheim) para ultrapassar o rival. Se ainda há muita disputa pela frente e o campeonato segue aberto, é difícil não imaginar o “estádio” – as tribunas em torno da reta principal do traçado próximo a Heidelberg já lotadas por conta do DTM consagrando um piloto da casa de sobrenome tão especial, com os mesmos patrocinadores e a hashtag #keepfighting destinada ao pai na lateral de seu Dallara-Mercedes. Promete ser de arrepiar…