Automobilismo perde um dos grandes: o adeus a Stirling Moss
O domingo de Páscoa que já é de motores em silêncio e competições suspensas trouxe mais um vazio ao automobilismo internacional, com a morte de Sir Stirling Moss, aos 90 anos. Dono de um estilo refinado e técnico, respeitado pelos rivais e capaz de se adaptar a todo o tipo de equipamento, ele conseguiu números admiráveis na Fórmula 1. E se sorte e azar são conceitos relativos nas pistas, acabou pagando o preço de ser contemporâneo de Juan-Manuel Fangio. Foram quatro vice-campeonatos consecutivos (1955 a 1958), sempre escoltando o argentino.
Moss estreou na F1 em 1951 com um HWM mas, apenas em 1954, com uma Maserati, disputaria uma temporada completa. A primeira vitória viria na Grã-Bretanha em 1955, pela Mercedes. Ao todo seriam 16 em 66 Grandes Prêmios, mesmo número de poles. Competiu ainda pela Vanwall, Cooper, BRM, Lotus e conseguiu fazer a transição dos motores dianteiros para as máquinas com o propulsor junto às rodas traseiras.
Ele também fez história nas provas de longa duração, muitas delas em estradas abertas, como era tradição nos anos 1950 e 60. Em Le Mans, formou dupla com o amigo e rival Fangio, em 1955. A bordo de uma Mercedes 300 SLR, eles lideravam, mas tiveram de desistir depois que outro carro do time, pilotado por Pierre Levegh, voou sobre as arquibancadas, provocando mais de 70 mortes.
Navegador
Na Mille Miglia de 1955, também com a 300 SLR, Moss fez história, ao criar a figura do navegador. Enquanto os rivais competiam com mecânicos a seu lado, ele contou com a ajuda do jornalista Dennis Jenkinson, que o alertava dos detalhes do percurso. No mesmo ano, ao lado de Peter Collins, conquistou a Targa Florio, ajudando a Mercedes a garantir o Mundial de Marcas. Venceu ainda por sete vezes o RAC Tourist Trophy, por quatro os 1.000km de Nurburgring, além das 12h de Sebring de 1954.

A carreira acabou interrompida por um gravíssimo acidente no circuito de Goodwood, em 1962. Moss chegou a permanecer em coma por um mês. Recuperado, ainda disputou no começo dos anos 1980 o Inglês de Turismo pela Jaguar. Em seguida, passou a se dedicar a provas para carros históricos, até que, em 2011, aos 81 anos, pendurou definitivamente macacão e capacete.
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