Belo Horizonte se torna opção para a Fórmula E no Brasil
Apesar das idas e vindas nos projetos desde a criação da Fórmula E – Rio e São Paulo já fizeram parte do calendário da categoria, mas os projetos não foram adiante -, o Brasil segue como alvo preferencial da categoria comandada pelo espanhol Alejandro Agag, que começa sua quinta temporada dia 15, nas ruas da cidade saudita de Ad Diriyah. Não só pela presença de três pilotos (aos campeões Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi se junta este ano Felipe Massa, defendendo a Venturi), mas pela importância do mercado para as montadoras, cada vez mais envolvidas no campeonato para monopostos elétricos (Nissan, Jaguar, BMW, Audi, DS/Citroën e, a partir da temporada 2019/2020, Mercedes e Porsche).
Pois outra capital verde e amarela iniciou conversas com a organização surgindo agora como forte possibilidade para o primeiro ePrix disputado no Brasil. Fontes ligadas à categoria (e não só) confirmaram ao Racemotor que, embora em estágio embrionário, Belo Horizonte entrou no caminho do “circo elétrico” como possível sede de uma etapa, na melhor das hipóteses, na temporada 2020/2021.
A iniciativa é encarada com bons olhos pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS) que, segundo se apurou, tem como principal preocupação não envolver recursos municipais, mas estaria a disposto a colaborar com as questões de logística e infra-estrutura, primeiro e principal desafio para montagem de um traçado de rua. Além disso, Belo Horizonte cairia como uma luva para a empresa que tem investido maciçamente na categoria, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que detém o monopólio da produção de Nióbio, metal usado em larga escala na indústria automotiva e fundamental para os veículos elétricos. Este ano, a empresa, com sede na mineira Araxá, será o title sponsor do ePrix de Hong Kong, além de apoiar, como patrocinador associado, a etapa de Berlim.
E não faltariam locais em condições de receber um circuito temporário à altura das exigências da categoria e em condições de provocar impacto reduzido na rotina da cidade. O primeiro deles, o entorno da Praça da Liberdade, um dos cartões-postais da capital, incluindo trechos da Avenida Cristóvão Colombo que levariam e trariam os carros da Praça da Savassi (que poderia receber a área de entretenimento). Outra possibilidade estaria na Praça da Estação, que já conta com vias largas e tem tradição de shows e eventos. A Pampulha, embora atraente do ponto de vista visual, teria como principal obstáculo a dificuldade para se desenhar uma pista em extensão entre 2.000m e 3.000m. É sempre bom reforçar que se trata de conversas em estágio inicial, mas pode ser a oportunidade de finalmente ver de perto a categoria que mais cresce no automobilismo mundial. O Racemotor fica na torcida e acompanha os próximos passos da iniciativa.