Bem nos games e na pista de verdade, Igor Fraga trabalha para 2019

Ele é um caso raro, quase único. Se a Nissan revelou pilotos para seu time de GT com a ajuda de uma seleção em sua Playstation Academy, fazendo a turma boa no console encarar a pista de verdade, Igor Fraga fez o caminho oposto e, enquanto desenvolve a carreira nos Estados Unidos de olho no caminho rumo à Indy, depois de uma longa trajetória no kart iniciada no Japão, também faz bonito entre os simuladores. Na semana passada, em Las Vegas, ele conquistou o título das Américas do FIA Gran Turismo eSports, com direito a vaga na final da competição virtual, este mês, em Mônaco.

Nascido em Kanazawa, onde os pais, mineiros de Ipatinga, se radicaram para trabalhar na década de 1990, Igor conquistou alguns dos principais títulos do kartismo asiático nas categorias de base. No Brasil, foi campeão da Fórmula 3 em 2017 na categoria B e, por conta do orçamento apertado e das perspectivas de crescimento, partiu para os Estados Unidos, para defender a equipe canadense Exclusive Autosport na F-2000, primeiro degrau no Road to Indy, depois de causar ótima impressão nos testes. Ao mesmo tempo, disputou boa parte do campeonato da F-4 mexicana, numa parceria do time PropCar, de Dárcio dos Santos, com vitórias inclusive no Circuito Hermanos Rodríguez.

Na F-2000, foram pódios em Saint Petersburg, Toronto, Mid-Ohio e Portland, e a quarta posição final, logo atrás do gaúcho Lucas Kohl. E se o passo lógico seria tentar a “subida” para a Pro Mazda, tudo indica que o piloto de 20 anos seguirá na categoria atual para aproveitar a experiência acumulada e contar com a ajuda dos scholarships (bolsas) oferecidos aos vencedores. Considerando o saldo do primeiro ano, de muito trabalho e garra, um objetivo perfeitamente possível. “Demoramos um pouco para conseguir desenvolver o carro, já que o time contava apenas com um mecânico para cinco pilotos. Como fazia desde o kart, meu pai passou a me ajudar e, juntos, fomos conseguindo deixar o equipamento mais rápido. Não tive coach ou apoio de alguém mais experiente e ainda tive de me adaptar aos circuitos, vários deles de rua, que não permitem erros. Agora já tenho toda uma base, tudo que acumulei de informações para lutar pelo título”, explica Igor, que avalia em “70% a 30%” a probabilidade de ficar na F-2000.

Para o mineiro, os últimos movimentos nas categorias de acesso à Indy e na própria mostram que o momento é positivo. “A Indy Lights terá mais carros ano que vem, o grid da Indy será maior, e o próprio formato dos finais de semana ajuda, já que nos tornamos parte do espetáculo, começamos a ser acompanhados pelos fãs”.

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