Binotto fala em Indy e endurance como possíveis desafios para a Ferrari
Num primeiro momento soou como ameaça diante da tentativa de estabelecer um limite de gastos menor na F1. Algo que, aliás, Maranello já havia feito em outra situação. A ponto de, em 1986, desenvolver um chassi para a Indycar que nunca foi à pista, apenas como parte da queda de braço com a FISA (hoje FIA).
Desta vez, Mattia Binotto mudou o tom. Em entrevista à emissora italiana Sky Sports, o team principal da Ferrari revelou que a empresa avalia outros projetos para curto/médio prazo. Uma forma de aproveitar a experiência e os talentos que podem se tornar redundantes diante das limitações previstas para a F1.
Embora boa parte da imprensa internacional tenha dado destaque ao interesse pela NTT Indycar Series, não é a única opção avaliada pelo Reparto Corse para um programa já em 2022. Binotto voltou a afirmar que um projeto de ponta para o Mundial de Endurance (WEC) também seria uma hipótese. Que, inclusive, faria mais sentido com a redução nos orçamentos prevista com a adoção dos hypercars e protótipos LMDh.
Um eventual desembarque na categoria de monopostos norte-americana provocaria o fim de uma tradição. Desde os tempos do comendador Enzo, a Ferrari fez questão de participar dos diversos campeonatos produzindo tudo em casa. Na Indy, tudo leva a crer que a Dallara seguirá como fornecedora de chassis no próximo ciclo (a partir de 2022). Desenvolver ‘apenas’ o motor não seria, teoricamente, um desafio técnico à altura da capacidade da Scuderia. Traria, ainda, o risco de ver a marca batida por rivais ‘generalistas’ como Chevrolet e Honda.
Apostar no regulamento LMDh seria algo semelhante, já que apenas quatro empresas podem produzir chassis para o IMSA/WEC: Ligier, Oreca, Multimatic e mais uma vez a Dallara. Por outro lado, o desenvolvimento de um hypercar permitiria o uso de toda a expertise de Maranello. A máquina poderia, inclusive, ser derivada de um esportivo de produção. E teria a chance de correr em dois campeonatos, diretamente ou por meio de times parceiros, como ocorreu desde os anos 1960.
Para breve
Qualquer que seja a decisão, se ela realmente vier a ser tomada, não demorará a acontecer, considerando o prazo necessário para transformar o projeto em realidade.
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