Cirurgia de Sophia Floersch é bem-sucedida em Macau. Acidente ainda provoca polêmica
Vítima de um acidente gravíssimo na terceira volta da corrida de domingo do GP de Macau de F-3, a alemã Sophia Floersch felizmente foi retirada de seu Dallara Mercedes consciente e levada para um hospital da cidade asiática, território chinês, manifestando, por meio das redes sociais, estar bem, embora à espera de uma cirurgia na espinha. Nesta segunda (19), familiares e o estafe da alemã de 17 anos voltaram ao Twitter para atualizar seu estado de saúde. Segundo o post, os médicos trabalharam sem pressa, justamente para evitar complicações e garantir a perfeita consolidação da área atingida no choque com uma estrutura destinada aos fotógrafos na Curva Lisboa do Circuito da Guia. O procedimento durou, ao todo, 11 horas e, ao fim, os médicos confirmaram que os movimentos de mãos e pernas foram preservados. A partir de agora começa uma longa reabilitação.
As reações às cenas impressionantes acabaram provocando uma enxurrada de comentários, desde de válidas manifestações de solidariedade e torcida a piadas de mau gosto (um perfil de Portugal no Twitter chegou a brincar com o fato de ser uma mulher ao volante, provocando indignação). Houve ainda quem considerasse Macau um local inadequado para categorias como a F-3, mas também várias intervenções construtivas e válidas. Para Lucas di Grassi, que venceu a prova em 2005, a zebra interna colocada naquele ponto como uma forma de estreitar a pista acabaria favorecendo a possibilidade de decolagem de um carro no local. Também várias vezes vencedor da prova (duas na F-3 e quatro entre os GTs), o ítalo-suíço Edoardo Mortara destacou que a FIA vem fazendo o melhor possível pela segurança, não apenas em Macau. O presidente da entidade Jean Todt, além de desejar a pronta recuperação da alemã, prometeu analisar as circunstâncias do acidente para adotar eventuais decisões.
Certo é que, por mais incrível que possa parecer, a configuração do circuito no local acabou ajudando Sophia Floersch a escapar de um desfecho trágico. Justamente a presença da pequena estrutura metálica para os fotógrafos serviu para absorver a energia do Dallara descontrolado (passou a 276km/h na reta antes de decolar sobre o carro de Sho Tsuboi). Num circuito misto ou com áreas abertas, seria grande o risco de várias capotagens ou do choque com alguma mureta de concreto adjacente – algo semelhante se deu com Robert Wickens em Pocono, quando as redes de proteção contiveram o carro. O que ainda deve ser avaliado é a circunstância da compressão vertebral na volta ao solo – aqui entramos na seara das possibilidades, mas assim como o esforço do médico Robert Hubbard e do ex-piloto Jim Downing levou ao desenvolvimento do Hans, para fixar o pescoço e a cabeça, talvez seja o caso de pensar em alguma estrutura de suporte que atenue os efeitos do choque numa região igualmente crítica. Seguimos na torcida para que tudo corra bem na recuperação da alemã.