Com ‘ajuda dos universitários’, protótipo Pegaso R vem aí para animar o Endurance Brasil
A turma mais rodada certamente se lembra do “Show do Milhão”, atração comandada por Sílvio Santos em que os candidatos ao prêmio em dinheiro podiam, em algumas ocasiões, contar com a ajuda de universitários para responder as perguntas. Pois é com a ajuda dos universitários que está nascendo, em Ribeirão Preto, mais uma supermáquina para qualificar o já impressionante grid do Endurance Brasil. Se o campeonato começa dia 30 em Curitiba, o objetivo da equipe AV Motorsports é ter o Pegaso R pronto para a etapa do Velo Città, em 7 de setembro.
O Pegaso R é cria do piloto Andrey Valério, com longa experiência especialmente nos rallies (também como navegador) e como diretor desportivo da Fórmula Vee Brasil. Ao acompanhar pela primeira vez ao vivo uma prova de longa duração, ele acabou conquistado pela categoria e disposto a participar com um modelo próprio. No curso de Engenharia Mecânica da Universidade Paulista (Unip), encontrou equipamento, suporte e um time de futuros profissionais dispostos a fazer parte da empreitada.
“Eu queria fazer algo competitivo e, ao mesmo tempo, chegar com uma coisa nova. A universidade me deu acesso a professores e alunos e, assim, nós começamos a conceber o carro no computador, submetendo o projeto aos ensaios virtuais. Fizemos a mesa zero e já estamos montando o chassi, tubular com um fechamento em honeycomb de aramida e fibra de carbono. Da mesma forma com a carroceria. O câmbio será um Hewland seis marchas de F-3 e a motorização, um V6. Nós estamos estudando a possibilidade de usar o propulsor do novo Toyota Camry que, de base, tem 310 cavalos e poderia chegar aos 480 sem sacrificar a durabilidade. Para um peso de cerca de 730 quilos, seria bastante interessante”, explica.
O modelo mostrado no projeto ainda é um esboço (com jeitão de LMP1), cujas formas vão se adequar às simulações e testes aerodinâmicos, mas as dimensões têm a base de um LMP3 (comprimento de 4,60m, largura de 1,90m, entre-eixos de 2,90m). Alguns parceiros estrangeiros, como AIM e Racelogic (aquisição de dados e telemetria) se juntaram à iniciativa.
“O endurance vem crescendo no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Por que não começar a preparar pilotos e engenheiros especificamente, criar uma alternativa desde o início? Esse é o objetivo a partir de junho. E a ideia é estrear na etapa paulista do Brasileiro, os vários grupos de trabalho estão com esse cronograma. Chassi, suspensão dianteira e o assoalho em fibra de carbono estão praticamente prontos, agora é a hora de nos concentrar na parte traseira e na aerodinâmica do modelo”, explica Andrey, que dividirá a condução do modelo com outros dois pilotos, ainda não definidos. E a turma da Unip promete fazer parte do trabalho também na pista.