Dakar volta a mostrar a face sombria com morte do português Paulo Gonçalves
Um domingo triste para a caravana do Rally Dakar, que voltou a mostrar o lado sombrio na primeira visita à Arábia Saudita. Um dos mais experientes pilotos no rally cross-country mundial, o português Paulo Gonçalves não resistiu aos ferimentos após uma queda no estágio cronometrado entre Riyadh e Wadi al Dawasir.
Campeão mundial FIM em 2013 (ano em que venceu o Rally dos Sertões, ainda pela Honda), Gonçalves, 40 anos, estreava este ano no time indiano Hero. Na terceira etapa, havia perdido mais de sete horas depois da quebra do motor de sua moto, caindo para 110º na classificação geral. Desde então, deu início a uma recuperação que o levou a 46º no descanso em Riyadh, com direito ao quarto lugar na quarta etapa.
O piloto natural de Esposende caiu no quilômetro 276 dos 546 cronometrados do dia – o estágio foi marcado por médias de velocidade superiores a 130km/h nas motos. Como habitual, diante da gravidade da situação, vários concorrentes que vinham próximos – entre eles o atual campeão Toby Price (KTM) e o argentino Kevin Benavides (Honda) pararam para prestar os primeiros socorros e acionar o alerta de resgate. Com um quadro de parda cardíaca, ele ainda foi levado de helicóptero ao hospital de Layla, onde a morte foi confirmada.
Histórico
Gonçalves é a 29ª vítima fatal (entre os competidores) em 43 anos de disputa do Dakar. Desde a edição 2015, ainda na América do Sul, a principal maratona fora de estrada do planeta não registrava mortes.
Nas redes sociais, rivais, ex-companheiros de equipe e toda a comunidade do Dakar lembraram com carinho do português, que já havia sido homenageado pela organização da prova antes da edição deste ano com o brasão Legend (lenda).
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