Depois de quase um dia de novela, GP da Austrália de F1 é cancelado

Reuniões entre Liberty Media, equipes e promotor; votação, pilotos indo embora antes mesmo de uma decisão oficial. Faltavam menos de duas horas para os carros ganharem a pista do Albert Park quando, finalmente, a confirmação oficial veio. Depois de horas de silêncio, a Fórmula 1 (leia-se, Liberty) confirmou o cancelamento do GP da Austrália. Foi o fim de uma queda de braço com a Australian Grand Prix Corporation (AGPC) e o Governo do Estado de Victoria.

Foi a decisão lógica para um cenário de incerteza que entrou pela madrugada da sexta-feira, levou público e equipes ao circuito de Melbourne e acabou alimentado por informações desencontradas. Com um de seus funcionários infectado pelo Coronavírus, a McLaren confirmou, ainda na quinta, que não participaria do evento. Alguns pilotos, como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen, manifestaram seu temor e deram a entender que a hipótese de boicote estava sendo considerada.

Por trás da indefinição estava uma disputa comercial envolvendo aspectos como a devolução dos ingressos aos torcedores e a possibilidade, ou não, de acionar um seguro que ajudaria a indenizar as perdas pela não realização do evento. Inicialmente, fiscais de pista e todo o pessoal de apoio foi orientado a tomar seus postos no horário previsto. O mesmo ocorreu com as categorias de suporte – S5000, que contaria com Rubens Barrichello e Giancarlo Fisichella; Supercars e TCR Australia.

Vettel e Kimi fora

No começo da manhã, em meio à certeza cada vez maior de que o GP não iria adiante, levantou-se a hipótese de o evento seguir apenas com as disputas locais, abertas normalmente ao público. Em seguida, por orientação do governo veio a determinação de que, se fosse adiante, o evento teria de ocorrer com portões fechados. Milhares de pessoas acabaram barradas nos acessos à pista. Ao mesmo tempo, jornalistas presentes no circuito confirmaram que Vettel e Räikkönen seguiram para o aeroporto e não participariam da prova caso ela fosse adiante.

A Mercedes-AMG revelou, em seguida, ter encaminhado uma carta à FIA e à Liberty manifestando a intenção de também não correr. Na nota em que explica a decisão, a federação diz lamentar “as notícias decepcionantes para os milhares de fãs que assistiriam a prova”, mas assegura que “todos os portadores de tíquetes serão reembolsados, com um anúncio a respeito nos próximos dias”.

“Todas as partes envolvidas levaram em consideração os incríveis esforços da AGPC, da Federação Australiana, do pessoal envolvido e dos voluntários para a abertura do Mundial de Fórmula 1 em Melbourne, mas concluíram que a segurança de todos os membros da família da categoria, bem como a comunidade e a justiça da competição devem ser prioritários”, diz o texto.

O futuro das próximas etapas deve ser definido no fim de semana. A tendência é de que Bahrein (mesmo com portões fechados) e Vietnã sejam cancelados ou adiados. A temporada começaria apenas em maio, na Holanda, caso a situação da Covid-19 no país evolua até lá.

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