Ex-engenheiro da Stock Car cria respirador acessível com auto e motopeças

Diante do avanço da pandemia do novo coronavírus, as colaborações para ajudar no enfrentamento e salvar vidas têm vindo dos mais variados setores. O Racemotor mostrou como equipes de ponta do automobilismo, não apenas da F1, se juntaram ao esforço. No Brasil, um ex-engenheiro da Stock Car usou boa parte do conhecimento acumulado nas pistas para criar um sistema que automatiza ressucitadores manuais. E, assim, pode ajudar a garantir o fluxo de ar necessário a pacientes da Covid-19.

Arlindo Romero se inspirou pelas iniciativas dos times da F1, mas pensou em ajudar quem não terá acesso a equipamentos de ponta, como as comunidades mais necessitadas de Brasil e África, por exemplo.

“Quando fui me informar sobre os projetos da F1 me dei conta que eram bem interessantes e tinham o ‘pedigree’ da F1, altíssima tecnologia, logo concluí que na África eles não teriam muito acesso a esta solução. Sentei no computador e, em dez minutos ficou claro que a tendência estava em automatizar o ressuscitador manual conhecido como Ambú, usado nas operações de ressuscitação cardiopulmonar”, explica.

Romero, que se despediu da Stock há mais de uma década (trabalhou, por exemplo, com Thiago Marques), foi atrás de peças e mecanismos que pudessem gerar o resultado desejado. “Depois de alguns telefonemas para alguns amigos eu já tinha conseguido tudo o que eu imaginava que fosse precisar. Dois dias de trabalho na garagem e foi possível testar todas as ideias que estavam na cabeça. Mais dois dias e foi possível ver uma bexiga enchendo e esvaziando, com a possibilidade de regular separadamente as velocidades de enchimento/inspiração e esvaziamento/expiração e o tanto que a bexiga seria inflada, volume de ar que seria forçado ao pulmão”.

Autorização

O passo seguinte foi apresentar a solução às autoridades de saúde de Ubatuba (SP), onde vive. Dicas e orientações dos especialistas levaram a alguns ajustes. Enquanto busca a liberação, pela Anvisa, do uso do 3AR, como ficou conhecido, ele aguarda autorização judicial para emprego do sistema em caráter emergencial. “Espero que ele possa chegar a tempo de contribuir para diminuir as perdas humanas. Só o privilégio de se classificar e largar já terá sido o reconhecimento para toda uma vida”, completa.

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