F1 condena publicamente comentários de Ecclestone sobre racismo
Liberty Media e Bernie Ecclestone em rota de colisão depois das afirmações do ex-homem forte da F1 em entrevista à emissora CNN. Questionado sobre as iniciativas da categoria para aumentar a inclusão – o programa #WeRaceAsOne e a criação de uma fundação – Ecclestone elogiou o papel de Lewis Hamilton como porta-voz da mensagem de igualdade, mas questionou a dimensão do racismo.
“A campanha que Lewis Hamilton está fazendo em favor dos negros é maravilhosa; é algo que agrada as pessoas e por isso ele é ouvido mas, em muitos casos, os negros são mais racistas do que os brancos”, disse. Além disso, sugeriu que tanto o WeRaceAsOne quanto o que chamou de “Comissão Hamilton” não trarão qualquer impacto para a categoria.
“(O racismo) é um problema importante, que já estava aí há mais tempo. Por que não se fez nada há dois, três anos? Estavam todos preocupados apenas em vencer corridas, conquistar patrocinadores e coisas do tipo. A Comissão Hamilton servirá para refletir sobre o tema, mas não para a F1”. Em seguida, com tom mais ponderado, defendeu que não se derrube as estátuas de pessoas ligadas a movimentos de supremacia e dominação. “É importante que as crianças possam ver quem são e o que fizeram de errado. O conceito de igualdade deve ser trabalhado desde a escola, para que mais tarde nem se tenha que pensar sobre o assunto”.
Pelas redes sociais, a Liberty rebateu as declarações de forma dura. “Em tempos que exigem unidade para enfrentar o racismo e a igualdade, discordamos completamente dos comentários de Bernie Ecclestone, que não têm espaço na F1 e na sociedade. O Sr. Ecclestone não manteve qualquer posto em nossa organização desde sua saída, em 2017. Seu posto de chairman honorário, por ser emérito, deixou de valer em janeiro deste ano”, diz a nota.
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