Felipe Massa causa polêmica com tuíte sobre segurança na Indy

 

O que seria um modo de louvar a presença do Halo nos carros da Fórmula 1 depois do voo da McLaren de Fernando Alonso sobre a Sauber de Charles Leclerc na largada do GP da Bélgica acabou criando uma guerra de tuítes na rede social. Felipe Massa se manifestou no Twitter mas, ao citar uma possível diferença entre a segurança dos carros do circo e os da Fórmula Indy acabou mexendo em um vespeiro.

Hoje presidente da Comissão Internacional de Kart da FIA e à espera da estreia na Fórmula E pela Venturi, ele afirmou: “Quando você vê os últimos acidentes na Fórmula 1 e na Indycar nos últimos anos… Podemos dizer que a F-1 está sempre evoluindo com o Halo, mudanças nas pistas e o Virtual Safety Car, enquanto a Indycar não tem feito muito”. Provavelmente referindo-se em especial ao violento acidente com Robert Wickens nas 500 Milhas de Pocono.

A resposta foi praticamente imediata e liderada por pilotos e por quem viveu as duas realidades, caso de Michael Andretti, piloto da McLaren no Mundial de 1993 e hoje respeitado dono de equipe. “Tenho que discordar de você. A Indycar tem feito muitas pesquisas nessa área, mas quer estar certa de que tudo funciona 100% antes de implementar as mudanças”, comentou, numa referência ao Aeroscreen, uma bolha transparente em material de alta resistência a impacto já testada em circuitos ovais.

Marco Andretti, filho de Michael, foi menos diplomático e atacou o tuíte com um quê de ironia. “Felipe, mas lá eles ainda deixam vocês se moverem por toda a pista para bloquear um rival”.  E Graham Rahal, cujo pai foi diretor da Jaguar no começo da década passada, foi além, gastando o equivalente a três postagens na rede social (agora com 280 caracteres cada) para responder ao brasileiro, com direito a um “chute na canela” em um dos pontos fracos do Halo, a estética.

“É mais fácil fazer as coisas quando se tem orçamentos de centenas de milhares de dólares, se fabrica o próprio chassi, etc. A Indycar está fazendo todo o possível e o Aeroscreen não só vai funcionar tão bem (quanto o Halo), como será esteticamente mais interessante. Nos ovais, precisamos da visão periférica 100% desobstruída, o que o Halo não proporcionaria. E com a área frontal aberta ainda poderíamos ser atingidos por detritos, o que não será o caso com o Aeroscreen”. Por fim, o filho de Bobby lembrou como os profissionais médicos ligados à Indy se tornaram referência em casos de vários acidentes na F-1. “Não esqueçamos o imenso impacto que a Indy e nossos médicos, como o Dr. Terry Trammel tiveram na F-1. Me lembro que vários pilotos da categoria vieram procurá-lo para se tratar. Nossa categoria fez muito pela segurança do automobilismo internacional”.

Vale lembrar ainda que uma das mais eficientes inovações em termos de segurança não nasceu para nenhuma das duas categorias, mas surgiu graças ao esforço do piloto norte-americano de protótipos Jim Downing: o Hans Device, que mantém fixos cabeça e pescoço impedindo lesões mais sérias na região e hoje é equipamento obrigatório nos principais campeonatos do automobilismo mundial.

 

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