Fórmula 1 mostra ideias de carros para 2021. Será que emplacam?
Depois de um primeiro gostinho graças à imagem vazada por um internauta que ganhou o mundo, a Liberty Media resolveu mostrar em detalhes a proposta de desenho para os carros da Fórmula 1 a partir de 2021, quando o ciclo atual de regras chega ao fim. São três conceitos, que partem de um mesmo objetivo: tornar o visual das máquinas mais limpo e, com isso, reduzir a turbulência de quem vem atrás, favorecendo as disputas por posição, acabando com a poluição nas asas – especialmente a dianteira, que ganhou defletores, slots e condutos extras em nome de uma maior aderência e velocidade.
Por enquanto, o único aspecto definido é a adoção das rodas aro 18, para garantir linhas mais agressivas e atrativas para o público (a atual medida das rodas, o aro 13 está praticamente em desuso nos carros de rua). Ross Brawn, hoje o diretor-técnico da Liberty, garante que, nos três desenhos propostos, foi possível reduzir a turbulência em até 80%. Outro objetivo, segundo ele, foi garantir que o desenho dos carros agradasse ao público. “Queremos carros que sejam mais interessantes ao vivo do que na tela do videogame, que as pessoas sonhem em ter pendurados na parede de casa”, afirmou.
Os dois primeiros casos estão mais próximos do estágio atual e fica claro como a ideia é varrer com todas as aletas, defletores e pequenos componentes aerodinâmicos que hoje se espalham pelas laterais e mesmo na parte traseira do assoalho. As barbatanas de tubarão na carroceria ganhariam uma versão menor (que manteria a função de acionamento do DRS). E enquanto a asa dianteira do conceito 1 parece mais próxima da realidade, a do conceito 2 seria simplificada ao máximo. Uma das áreas em que os projetistas ganhariam relativa liberdade para trabalhar é nos conjuntos de suspensões, adotando carenagens que reduziriam o arrasto sobre uma das regiões que causam maior resistência à passagem do ar. Também houve a preocupação em tentar harmonizar a presença do Halo com o conjunto.
O conceito 3 é uma versão extremizada (lembra conceitos apresentados por Red Bull, Ferrari e McLaren há alguns anos) e que ainda parece mais próxima dos games do que a da realidade, além de não ter um visual tão limpo. Já há quem diga inclusive (e não sem razão) que se aproxima das linhas do novo carro da Fórmula E, algo que seria melhor evitar para fugir das comparações.
Brawn quer que ao menos os aspectos básicos do novo regulamento – o conceito que prevaleceria com os devidos ajustes – estejam fechados até o fim do ano que vem. Tarefa mais do que complicada diante do desejo dos projetistas, que lutam para ter o máximo de criatividade possível e espaço para buscar o pulo do gato, sempre com o discurso de que a F-1 tem que ser o máximo da evolução e da liberdade tecnológica e os carros não podem ser parecidos com chassis da F-2 anabolizados, ou com um monomarca em que apenas as cores mudam. Será difícil conseguir uma proposta de consenso no Grupo Técnico (TWG) da categoria, já que, como sempre, cada um buscará puxar a sardinha para a sua brasa. O mais curioso de tudo, como você já deve ter notado na imagem principal da matéria, foi a ideia de mostrar os novos carros em ação… em um circuito oval.