GP da Áustria é de Bottas, com Hamilton fora do pódio
Mercedes no alto do pódio, mas sem dobradinha. A abertura da temporada do Mundial de F1, na Áustria, acabou reservando incerteza e surpresas até a bandeirada. Valtteri Bottas fez sua parte depois de conquistar a pole na véspera e venceu pela oitava vez na categoria. A chance de uma dobradinha, no entanto, acabou comprometida com o toque de Lewis Hamilton em Alexander Albon, na luta pela segunda posição. Um duelo que repetiu o desfecho da briga entre os dois no Brasil, ano passado, inclusive com a punição de cinco segundos no tempo do hexacampeão mundial. O que deu chance para que Charles Leclerc (Ferrari) e Lando Norris (McLaren) completassem os três primeiros lugares.
O elevado número de abandonos (oito) chamou a atenção e tirou da briga vários nomes de destaque. A começar por Max Verstappen (Red Bull), único a largar com pneus médios entre os 10 primeiros, apostando na estratégia. O holandês, aliás, foi um dos beneficiados com a punição aplicada a Hamilton por ignorar a bandeira amarela provocada pelo companheiro no Q3 de sábado. Inicialmente os comissários não viram irregularidade, mas um recurso da Red Bull provocou a mudança de opinião, já no dia da prova.
Mesmo largando em quinto, Hamilton não demorou a assumir a segunda posição e iniciar a aproximação ao finlandês. Dos boxes veio, no entanto, orientação para evitar as zebras, devido a problemas em sensores do câmbio dos dois carros.
O domínio tranquilo dos carros de Brackley começou a ser testado com a entrada do safety car pelo abandono de Kevin Magnussen (Haas) em posição perigosa, com problema nos freios. A Mercedes chamou os dois carros aos boxes, optando pelos pneus duros. Hamilton se mantinha na zona de ativação do DRS, sem conseguir a manobra para a ultrapassagem. Na relargada, Sebastian Vettel retardou o ponto de freada no fim da reta dos boxes para tentar superar Carlos Sainz mas, com a porta fechada, acabou rodando para evitar o toque.
Nova neutralização foi provocada por George Russell (Williams), na volta 51 das 71. Desta vez, Bottas e Hamilton permaneceram na pista, enquanto vários carros aproveitaram para trocar os pneus duros por médios ou macios. Já na relargada, Kimi Räikkönen (Alfa Romeo) perdeu a roda dianteira direita, chamando de volta o safety car.
A diferença nos pneus esquentou a corrida, com Albon imediatamente superando Sergio Perez (Racing Point); outro que não parou, e atacando Hamilton. O tailandês da Red Bull, na busca pelo primeiro pódio, chegou a superar a Mercedes na tomada da curva 4, mas acabou tocando a roda traseira direita na dianteira esquerda do #44. O que, embora discutível, ocasionou a segunda posição do fim de semana ao hexacampeão.
Com Bottas em condição mais confortável, começaram as contas de tempo e a briga pelo que seriam os demais degraus do pódio. Perez também seria penalizado (excesso de velocidade no pit) e, com pneus macios, Charles Leclerc conseguiu se livrar as McLarens. Ao mesmo tempo, Norris resistia aos ataques de Sainz e, informado pelo rádio, registrou a melhor volta na última passagem para tirar o terceiro lugar de Hamilton.
Ajuda
O próprio Leclerc admitiu que as circunstâncias trouxeram um resultado inesperado, diante de uma sexta e sábado desastrosos. Sem tração e velocidade em reta (que eram dois de seus diferenciais), os carros vermelhos tiveram dificuldade na disputa com as McLarens e Racing Points por boa parte da corrida.
Já Bottas celebrou uma vitória mais suada do que parecia. Não pelo calor no Red Bull Ring, mas pela pressão constante. “Quando o safety car entrou pela primeira vez, pensei, tudo bem. Vamos começar de novo. Mas ele voltou e tudo o que pensei foi ‘ah não, de novo não’. Felizmente consegui relargar bem e, mesmo com o alerta no carro, começar o campeonato vencendo”.
Sainz, Perez, Gasly (AlphaTauri), Ocon (Renault), Giovinazzi (Alfa Romeo) e Vettel completaram os 10 que pontuam. Nos Construtores, liderança da Mercedes, à frente de McLaren, Ferrari, Racing Point, AlphaTauri, Renault e Alfa Romeo.
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