Há 35 anos, Ayrton Senna vencia a primeira na F1. Para ele, a mais difícil
Um 21 de abril, em 1985. Quase um ano depois de mostrar do que era capaz na F1 com o primeiro pódio, em Mônaco (também sob chuva), Ayrton Senna chegava ao degrau mais alto, com uma exibição inesquecível, depois de garantir a primeira pole na véspera.
No traçado português do Estoril, em condições que hoje manteriam os carros parados nos boxes, o tricampeão mundial fez história com a Lotus 97T #12. Uma máquina movida pelo motor Renault V6 turbo que, em condições de qualificação, superava os 1.200cv. E não contava com ajudas eletrônicas para jogar toda a potência nas rodas traseiras. Fórmula 1 raiz.
“Para muita gente minha maior vitória foi a de Donington em 1993. De jeito nenhum, ali eu contava com o controle de tração. A corrida no Estoril foi dura, tática. O carro desgarrava o tempo todo, as condições mudavam volta a volta. Por um momento as quatro rodas estavam na grama, mas felizmente voltei à pista”.
A prova foi lembrada ainda por outro personagem que acompanhou tudo de perto. O inglês Chris Dinnage era o mecânico-chefe do time de Hethel e contou alguns dos bastidores daquele domingo. “Ayrton não tinha testado o carro no molhado antes. Ali ele realmente mostrou que era um piloto especial. Terminou uma volta à frente de todo o pelotão (na verdade Michele Alboreto, com a Ferrari, também completou as 67 voltas, a mais de um minuto do brasileiro)”. Dos 26 pilotos que largaram, apenas nove receberam a bandeirada.
Capacidade única
Dinnage hoje é o diretor do Classic Team Lotus, que mantém as máquinas históricas de pista (e não só) desenvolvidas pela equipe de Colin Chapman. E tem sob sua responsabilidade o chassi da vitória histórica. “Senna tinha um ritmo de prova semelhante ao dos demais pilotos com 50% de sua capacidade. Com o restante ele controlava todas as circunstâncias em seu entorno. Nunca vi nada parecido”, prosseguiu.
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