Indy estuda sistema de proteção com cockpit fechado
Não é pegadinha, mesmo porque 1º de abril já passou. Enquanto confirma para o GP de Indianápolis (misto) a estreia em competição do dispositivo AFP (Advanced Frontal Protection) de proteção à cabeça dos pilotos, o departamento técnico da NTT Indycar Series trabalha em algo bem mais radical para evitar acidentes como os que provocaram a morte de Justin Wilson, em Pocono.
Presidente da categoria, Jay Frye confirmou que, ao longo da programação das 500 Milhas, serão revelados detalhes do segundo estágio do trabalho que levou à criação do AFP. Embora ainda não tenha confirmado oficialmente, duas pistas foram dadas nos treinos coletivos em Indianápolis, e caminham para a mesma direção.
Na transmissão da sessão prejudicada pela chuva, tanto o apresentador Kevin Lee quanto o piloto e comentarista Anders Krohn revelaram que a ideia é fechar os cockpits – um conceito que iria além do Aeroscreen testado pela categoria e que ainda apresentaria problemas para a visibilidade e o uso efetivo. Pouco tempo depois, foi a vez de Will Power, piloto da Penske e atual vencedor das 500 Milhas, confirmar a ideia em um podcast com Dale Earnhardt Jr.
A indy quer manter a condição de pioneira em avanços tecnológicos e, por isso, descartou a adoção do Halo. Resta saber os detalhes da inovação – se será empregada em todos os tipos de circuitos ou apenas nos ovais; como se integrará ao chassi em fibra de carbono e como permitirá a saída do piloto numa situação de risco (por exemplo, fogo ou uma capotagem).
Além disso, parece pouco provável sua adoção em 2020, último ano dos carros atuais, já que provavelmente exige uma série de adaptações. Poderia, sim, ser parte do pacote do novo Dallara 2021 que, além de tudo, contará com motores mais potentes que podem se aproximar dos 950cv e levar as médias em Indianápolis a superar os 380km/h.
Por enquanto, é apenas o caso de imaginar e especular sobre o resultado prático de uma novidade que, se confirmada, mudaria o próprio conceito dos monopostos, desde sempre conhecidos em inglês como “open cockpit cars”, ou carros com cockpit aberto.