McLaren confirma Lando Norris e deixa Ocon a perigo
Parecia apenas uma questão de detalhes entre Toto Wolff, manager de Esteban Ocon, protegido da Mercedes, e a nova direção da McLaren. Mesmo a questão da adaptação do chassi do MCL33 à estatura do francês, campeão europeu de F-3 em 2014 (tem 1,86m) não se mostrava obstáculo suficiente para impedir a estreia já este ano, no posto do belga Stoffel Vandoorne que, numa postagem no Instagram, se despediu do time confirmando que deixa a escuderia de Woking ao fim do Mundial de F-1, em Abu Dhabi.
Pois a grande surpresa do começo de semana foi a oficialização de Lando Norris como companheiro de equipe de Carlos Sainz a partir de 2019. Na Bélgica e na Itália, o vice-líder da Fórmula 2 e companheiro de equipe de Sérgio Sette Câmara na Carlin foi à pista com o carro de Fernando Alonso na primeira sessão de treinos livres para o que a McLaren definia “uma oportunidade para ajudar no desenvolvimento do carro”. Ainda assim, tudo indicava que ele pudesse ser emprestado à Toro Rosso, por exemplo, ou ganhasse, como Vandoorne, um ano na Super Fórmula japonesa ou mesmo no esperado programa da Indy para acumular experiência, pensando em 2020.
No comunicado, Zak Brown (que não por acaso é o gestor da carreira do britânico de 19 anos) destaca sua maturidade, a colaboração no simulador e o talento com potencial para ajudar na ‘refundação do time’ em busca de resultados à altura da tradição. Norris, cujo pai é dono de um império financeiro – o que o permitiu se preparar para as categorias de acesso com programas semelhantes aos de Lance Stroll, garantiu que o foco, por enquanto, ainda é em tomar de George Russell o título da F-2. “É um sonho que estou realizando, tenho que agradecer ao time por confiar em mim e me proporcionar esta oportunidade”.
Ocon, por sua vez, embora seja um dos mais talentosos nomes da nova geração, se vê agora sem perspectiva de cockpit – nos bastidores comenta-se a que a insistência de Wolff por um contrato milionário e de apenas um ano de duração teria definido a situação em favor de Norris. A única hipótese concreta seria assumir um dos carros da Williams (para isso a Mercedes teria de despejar um caminhão de dinheiro na equipe de Grove, provavelmente subsidiando o fornecimento dos motores) – um acordo com a Toro Rosso seria menos provável. Ainda por cima, sua situação trava o futuro de Russell, que também faz parte do Young Drivers Program da Mercedes e, apesar do provável título na F-2, pode ficar sem espaço.
Quanto a Vandoorne, segundo a imprensa italiana garante, pode ocupar um posto na Sauber, ajudado pelos contatos de seu empresário, Alessandro Alunni Bravi, ex-jornalista e parceiro de Nicholas Todt. Situação que se tornaria ainda mais fácil caso realmente Charles Leclerc substitua Kimi Räikkönen na Ferrari – nesse caso, a segunda vaga no time suíço iria para Antonio Giovinazzi.