Mercedes W11: em time que está ganhando… se mexe pouco
Seis anos de hegemonia na era híbrida da F1 e a condição de rival a ser batida no atual regulamento. Seria equivocado imaginar que a Mercedes mudaria os conceitos que vêm dando certo para seu carro 2020, o W11. Por isso mesmo, não causa surpresa a sensação de que o modelo é um “W10B” – em outras décadas era comum mudar sobre um mesmo chassi com versões apenas evoluídas.
Valtteri Bottas teve o privilégio de percorrer os primeiros quilômetros com o carro novo em Silverstone, com condições tipicamente britânicas. O time de Brackley se mantém fiel às soluções habituais (e diferentes da concorrência). Caso do bico estreito e sem abertura na extremidade para entrada de ar ou da barbatana de tubarão maior na carenagem do motor.
O próprio James Allison, responsável pelo projeto, revelou os pontos que foram alvos de mudança e fogem aos olhos num primeiro momento. “Procuramos seguir com uma base que funcionou muito bem ano passado, mas com algumas mudanças estruturais em três partes do carro. A dianteira traz uma estrutura mais complexa dos cubos de roda e na ancoragem dos braços de suspensão. Na lateral, baixamos as barras de intrusão anti-impacto ao mínimo permitido pelas regras, para aproveitar a vantagem aerodinâmica. Na parte traseira buscamos um desenho de suspensão mais extremo, também para favorecer a passagem do ar”.
A grande preocupação em relação ao W10 foi corrigir um ponto que se tornou o calcanhar de Aquiles do modelo: o controle da temperatura da unidade de potência. Os superaquecimentos foram a principal vulnerabilidade das Flechas de Prata em 2019. “Aumentamos as dimensões dos radiadores e procuramos, com fluidos e lubrificantes, permitir aos motores funcionar em temperaturas mais altas sem riscos”, resume Andy Cowell, o mago dos motores de Brixworth.


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