Mercedes W14: atenção aos detalhes para voltar a vencer
Mudanças no atacado na nova máquina da Mercedes para a F-1 2023. Depois de uma temporada ruim para os padrões do time de Brackley (apenas uma vitória, em Interlagos), a ordem foi usar toda a experiência e conhecimento do time para corrigir as falhas e desenvolver um carro capaz de voltar a lutar pelos títulos de Pilotos e Construtores. Nenhum detalhe foi deixado de lado no W14, mostrado nesta quarta-feira com a já tradicional apresentação em Silverstone, seguida pelo shakedown.
A começar pelo visual, que retoma o preto usado em 2020 e 2021. Desta vez, nem tanto para passar uma mensagem de inclusão. O objetivo principal foi ganhar peso, mantendo boa parte da fibra de carbono exposta. Semelhante ao que fez nascer a lenda das ‘Flechas de Prata’: nos anos 1930, o então diretor de competições da Mercedes Alfred Neubauer ordenou que as cores dos carros com a estrela fossem lixadas para deixá-los mais leves, e o aço e o alumínio ficaram aparentes.
Novidades também na carenagem do motor, que abandona as formas sinuosas e ganha um desenho semelhante ao de McLaren e Alpine, com os ‘canhões’ junto às saídas dos escapamentos e uma entrada de ar quadrangular, tal como a Williams. Alteração visível também na asa traseira, com os endplates (laterais) ainda mais recortados em sua parte superior.
O que não muda é o conceito ‘zero sidepod’, de laterais mínimas, que trouxe as vantagens esperadas no ano passado. O grupo comandado pelo diretor técnico Mike Elliott dedicou atenção especial à dianteira e à aerodinâmica junto ao assoalho para acabar com o pesadelo de 2022: o porpoising – as quicadas nas retas. “Fizemos no W14 tudo o que gostaríamos de fazer no W13 ao longo do ano mas não pudemos porque estávamos ocupados resolvendo os principais problemas”, explicou o projetista. A promessa é de que Lewis Hamilton e George Russell terão nas mãos um carro bem mais previsível e equilibrado.
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