Mexida no comando da Ferrari: sai Arrivabene, entra Binotto

Com um comunicado no melhor estilo da Scuderia (com apenas sete linhas), a Ferrari confirmou a mudança de comando na Fórmula 1 para 2019, quando tenta finalmente destronar a Mercedes e dar fim ao jejum de 11 anos sem títulos (foi campeã de Construtores em 2008). O chefão Maurizio Arrivabene paga por uma temporada em que o potencial da SF71-H esbarrou numa série de erros estratégicos (e também pela intranquilidade de Sebastian Vettel em momentos decisivos). Acionista majoritária, a família Agnelli optou por promover a Team Principal Mattia Binotto, que exercia a função de diretor-técnico do time de Maranello.

De acordo com as informações antecipadas pela Gazzetta dello Sport (de propriedade do mesmo grupo e, portanto, com autoridade para bancar a informação), os conflitos internos entre Arrivabene e a equipe técnica comandada por Binotto se tornaram insustentáveis. O primeiro, que começou a trabalhar com a Ferrari nos anos 1990, como representante da Philip Morris, estaria, de acordo com a imprensa italiana “jogando para a torcida”, ao cobrar evoluções que o Reparto Corse não seria capaz de desenvolver rapidamente. Conhecido pelas frases diretas, Arrivabene vinha assumindo a responsabilidade pelas oportunidades desperdiçadas, mas não estaria proporcionando, segundo John Elkann, hoje chairman da FCA, a tranquilidade necessária para o trabalho.

Natural da parte italiana da Suíça, Binotto se destacou como parte da política de pés no chão adotada pelo falecido Sergio Marchionne, que preferiu deixar de lado os medalhões para apostar nos profissionais que já estavam no time – é considerado o principal responsável pela evolução técnica na temporada passada. O engenheiro tem postura totalmente oposta à de Arrivabene: discreto e de tom de voz mais baixo, evita polêmicas e promessas mirabolantes. Além disso, terá de se aprimorar na gestão política da Scuderia, lidando com a Liberty Media e as propostas de mudanças no regulamento para 2021. Vale lembrar que, desde a saída de Stefano Domenicali, em 2014, Binotto será o terceiro comandante da equipe, depois de Marco Mattiacci e Arrivabene.

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