Nascar condena e investiga manifestação racista nos boxes de Talladega
Num momento em que a hashtag #BlackLivesMatter (vidas negras importam) ganha mais força como resposta às ações de cunho racista, a Nascar viveu uma manifestação preocupante dentro do ambiente de corrida.
No fim da tarde de domingo, após o adiamento das 500 Milhas de Talladega, Bubba Wallace, único piloto negro da Cup, encontrou, em sua área de box, um nó semelhante aos usados para enforcamento. O que, considerando as restrições de acesso ao infield dos circuitos, só pode ter partido de alguém que é parte, direta, ou indiretamente, da categoria. O Alabama foi, durante as décadas de 1950 e 1960, um dos estados com maior tradição de discriminação dos negros nos EUA.
Depois de várias ações para inclusão – como uma parada de um minuto dos carros na reta principal de Atlanta, terra de Martin Luther King; e de um vídeo gravado por iniciativa dos próprios pilotos -; a Nascar divulgou nota em que lamenta o que chamou de ‘ato hediondo’. E prometeu identificar seu autor.
“Nos sentimos furiosos e ultrajados, e não somos capazes de definir com a força necessária como encaramos esse ato hediondo. Abrimos uma investigação imediata e faremos todo o possível para identificar a(s) pessoa (s) responsável e bani-la do esporte. Como já deixamos claro, não há lugar para o racismo na Nascar e esse ato apenas reforça nosso espírito de tornar o esporte aberto e acolhedor para todos”, diz o comunicado.
Compromisso
Pelas redes sociais, Wallace se manifestou sobre a ação. “Nas últimas semanas, fiquei impressionado com o apoio de todos na categoria, incluindo outros pilotos e pessoal dos times. Nosso esporte se comprometeu a liderar uma mudança real e mostrar à comunidade que há espaço para todos. Como minha mãe me disse, ‘eles estão querendo te assustar’. Mas isso não vai me deter. Não vou desistir ou voltar atrás. Seguirei orgulhosamente lutando pelo que acredito”.
Depois de Wallace pilotar o Camaro #43 com a mensagem do #BlackLivesMatter em Martinsville, em Talladega é a vez de Denny Hamlin. O Camry #11 da Joe Gibbs Racing troca a decoração habitual pelo negro e destaca o Museu Nacional dos Direitos Civis (NCRM).
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