Nascar Xfinity: o estranho caso de Conor Daly e seu patrocínio perdido

Um piloto rápido, talentoso, capaz de fazer bonito nas categorias de acesso até chegar à Fórmula Indy, em que pagou por um problema comum a tantos outros: a falta de orçamento. Conor Daly conseguiu construir uma carreira por conta própria quase sem precisar de ajuda do pai, o irlandês Derek Daly, honesto piloto na F-1 entre 1978 e 1982 e, mais tarde, capaz de conseguir bons resultados na Indy, onde correu até 1989, batendo rodas com Emerson Fittipaldi, Al Unser Jr, Rick Mears e Johnny Rutherford, entre outros.

Pois Conor, que esse ano fez três etapas da Verizon Indycar Series no carro da Harding Racing (à espera de uma temporada completa, o que parece complicado com a perspectiva da chegada de Fernando Alonso) havia programado sua estreia na Nascar Xfinity Series em Road America no Ford Mustang #6 da Roush Fenway Racing, valendo-se da experiência em circuitos mistos. Mais do que isso, garantiu o patrocínio dos laboratórios Lilly, que há tempos estampam sua a marca e a de seus produtos na Stock americana e na Indy.

Dia de treinos no circuito de Wisconsin e, de repente, a decoração em vermelho e branco da apresentação dá lugar ao negro com a logomarca do time. Discretamente, o patrocinador revela que preferiu suspender o apoio a Conor devido a uma polêmica envolvendo o pai. Um locutor de rádio e TV de Indianápolis revelou, nos últimos dias, ter ouvido de um colega que Derek Daly, em sua primeira participação nas 500 Milhas de Indianápolis, teria dito que não seria o último no grid “porque não havia negros na pista”.

Embora a tal entrevista não tenha sido achada, Daly pai acabou dispensado do posto de comentarista do canal WISH TV, mas veio a público tentar esclarecer o contexto. Segundo ele, ao ser questionado sobre como seria um novato estrangeiro se integrar a uma equipe americana, disse que, se houvesse erros, “o único negro no pelourinho seria eu”. Argumentou que a expressão, referente aos tempos de escravidão, era usada na Irlanda e, naquele tempo, não possuía a mesma carga de hoje. Conor, que nem era nascido, e nada deveria ter a ver com o incidente, acabou sendo o prejudicado, embora a decisão da Lilly tenha provocado revolta na comunidade da Nascar.

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