Os ‘dois trabalhos de Hércules’ de Sebastien Loeb no início de temporada
Disputar a maior aventura fora de estrada do planeta sem contar com um time oficial e, poucos dias depois, encarar o Rallye de Monte-Carlo com um carro novo, valendo-se apenas de um rápido teste de adaptação. O começo de ano para um dos monstros sagrados do automobilismo não será dos mais simples, mas pode dar mais uma prova do talento inquestionável de Sebastien Loeb.
O francês decidiu disputar seu quarto Dakar repetindo uma dobradinha dos tempos do Mundial Júnior no WRC: com a equipe particular PH Sport, de Bernard Piallat. Para tal, acelera o Peugeot 3008 DKR Maxi alinhado pela casa francesa até o ano passado, quando apostou numa versão revista e agora proibida pelo regulamento. Se conhece bem o equipamento, o calendário apertado no fim de ano permitiu apenas um teste nas dunas (que vão compor 70% do percurso deste ano, em solo peruano), na primeira quinzena de dezembro, como mostra o vídeo abaixo. Nele, o “canibal de Haguenau” fala sobre a motivação para brigar pela vitória inédita. “Você termina o Dakar pensando nas dificuldades e nos problemas que enfrentou, diz que não vai voltar, alguns meses se passam e você se lembra do desafio de acelerar no meio do nada, nos bons momentos. Por isso decidi tentar mais uma vez. A edição deste ano será, acima de tudo, uma luta pela sobrevivência”.
Como a maratona peruana termina dia 17 e no dia seguinte ele e o navegador Daniel Elena estarão de volta à Europa, serão apenas dois dias para um contato com o Hyundai I20 WRC que será usado pela dupla em seis provas do Mundial deste ano. No dia 21 já começa o levantamento do percurso para o desafio nos Alpes Marítimos franceses. Por força de contrato com a Peugeot/Citroën e o pouco tempo à disposição, tudo que Loeb e Elena puderam fazer foi visitar a sede do departamento de Motorsport da casa sul-coreana em Alzenau (Alemanha) e moldaram os bancos. “Não é fácil disputar uma prova tão desafiadora com carro e equipe novos; será uma estreia difícil, mas espero me adaptar rapidamente ao carro e, quem sabe lutar por vitórias”. Vindo de quem conquistou 9 títulos mundiais, venceu no WTCC, no Mundial de Rallycross e a subida de montanha de Pikes Peak, não é uma hipótese tão absurda.
