Parceria com a Honda tem sido ‘saudável’, diz Horner
Depois de um ano marcado por um calvário mecânico, com 12 abandonos, a grande maioria deles relacionada à unidade de potência da Renault, seria fácil para a Red Bull falar em confiança na parceria com a Honda, que começa nesta temporada do Mundial de Fórmula 1. Mas, de acordo com o team principal Christian Horner, há motivos reais para acreditar num campeonato mais consistente. Longe das disputas por títulos desde o tetra de Sebastian Vettel em 2013, o time anglo-austríaco espera sucesso numa missão em que a McLaren fracassou: a de aproveitar ao máximo o fato de ser a equipe oficial dos japoneses.
Em entrevista ao site oficial da F-1, Horner falou em um ambiente saudável de colaboração entre equipe e fornecedor de motores, a começar por uma coincidência interessante: as instalações do departamento de competições da Honda também estão em Milton Keynes, cidade próxima a Londres em que a Red Bull tem sua sede. “A comunicação entre as partes é fundamental, e temos feito muito disso, há muitas discussões e troca de ideias entre os grupos. Posso dizer que o processo tem sido bastante positivo”, destacou o dirigente.
Horner destaca que o time de engenheiros e especialistas comandados por Adrian Newey teve a chance de contar com todas as informações acumuladas pela Toro Rosso em seu primeiro ano com os propulsores japoneses, não tendo que começar do zero. E garante que o RB14, que venceu quatro GPs apesar das limitações de potência, é um dos melhores chassis já concebidos pelo mago britânico, uma base favorável para o RB15. Não falta uma leve alfinetada na Renault, com quem o relacionamento foi azedando nos últimos anos. “O ‘talvez’, o ‘se’ e o ‘mas’ não existem na F-1, mas se tivéssemos uns 50 cavalos atrás dos pilotos, o desfecho do ano teria sido outro. E basta ver o desempenho dos outros times com o mesmo motor para constatar o quão bom era nosso carro”.
A essa altura, fica a expectativa para saber quem levou a melhor numa conhecida queda de braço: o detalhista Newey defende ao máximo a miniaturização dos componentes e o aproveitamento do espaço. Por outro lado, os japoneses, em seu retorno, tiveram sérios problemas de refrigeração e posicionamento do pacote da unidade de potência (baterias, KERS, ERS) devido à insistência da McLaren em um desenho extremo no MP4/30, criado por Tim Goss, ‘cria’ e discípulo de Newey.