Na pista, Nascar marca posição contra o racismo

O domingo no Atlanta Motor Speedway não foi apenas de velocidade. Na Folds of Honor 500, décima etapa da temporada da Cup, a Nascar fez questão de marcar posição numa uma agenda levantada pela morte de George Floyd em Minneapolis. Que trouxe à tona de forma visível parte de uma triste realidade não só nos Estados Unidos: a do racismo.

A categoria saiu do protocolo ao interromper as voltas de alinhamento antes da largada, e imobilizar os carros diante da linha de chegada. Além das palavras do presidente da Nascar, Steve Phelps, as imagens de TV levadas para todo o mundo mostraram um vídeo gravado por vários pilotos. Iniciativa do heptacampeão Jimmie Johnson, após conversa com Bubba Wallace, o único negro atualmente em atividade na Cup. Wallace, aliás, usava antes de entrar no carro a camisa com os últimos dizeres de Floyd (‘Não consigo respirar’) e a hashtag “Vidas negras importam”.

Nós estamos acostumados a nos mover rápido. E sabemos como a vida pode ter essa mesma condição. Mas agora, é tempo de diminuir a velocidade e refletir. Os acontecimentos das últimas semanas mostraram como ainda temos de trabalhar, como nação, para acabar com o racismo de qualquer espécie. As mortes de George Floyd e Breonna Taylor e tantos outros na comunidade negra são devastadoras. E não podem mais ser ignoradas. O processo começa por ouvirmos e aprendermos. Porque entender o problema é a primeira forma de enfrentá-lo. Nos comprometemos a ouvir com empatia e coração aberto para nos educarmos melhor. Vamos usar isso para defender a mudança em nosso país; nossas comunidades e, mais importante, em nossas casas. Mesmo depois que o assunto sair das manchetes. Juntas nossas vozes fazem a diferença. Não importa quão grande ou pequeno. É nossa responsabilidade não nos silenciarmos mais. Temos um longo caminho pela frente. Vamos nos comprometer a encarar a jornada juntos. Nossas diferenças não podem nos dividir. É o nosso amor por toda a humanidade que deve nos unir. Vamos trabalhar juntos pela verdadeira mudança”.

Simbolismo

Uma manifestação duplamente simbólica. A Nascar surgiu nos estados do Sudeste norte-americano, região de fortes diferenças raciais nos anos 1950 e 60, e palco de uma discriminação visível. Além disso, Atlanta é a terra natal de Martin Luther King Jr., que se insurgiu contra o racismo e se tornou a principal voz por mudança.

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