Qualificação para a Indy 500 vira motivo de polêmica
No exato momento em que vive uma fase de crescimento, enquanto a Nascar lida com queda no público e busca alternativas (como a mudança de local da final em 2020 e as mexidas no calendário), a Indycar se vê diante de uma polêmica preocupante. Uma proposta envolvendo a definição do grid para as 500 Milhas de Indianápolis a partir do ano que vem pode pôr a perder boa parte da retomada de prestígio da categoria.
Alguns chefes de equipe dos principais times (Michael Andretti o principal deles) defendem que os carros inscritos para toda a temporada tenham presença garantida entre os 33 que largam no oval mais famoso do mundo, mesmo que não consigam média horária suficiente na pista. Exatamente como faz a Stock Car americana com as equipes que são donas dos charters (as franquias de participação). Uma forma de evitar situações como as de Roger Penske (e Emerson Fittipaldi em 1995), de Bobby Rahal e o time Truesport em 1993 e James Hinchcliffe ano passado, que acabaram vendo a corrida pela TV.
Neste ano, por exemplo, com a média de 23 carros inscritos “full-time”, restariam 10 vagas a serem disputadas, com times fortes e pilotos igualmente, arriscados a ficar de fora mesmo com tempos competitivos. Além disso, os ‘one-offs’, como são chamados os esforços para disputar apenas a clássica de Indiana são parte de mais de um século de tradição da prova. Foi assim que muitos nomes que depois brilhariam tiveram a chance de mostrar serviço pela primeira vez. E equipes se animaram a ampliar sua participação para outras provas do campeonato.
O site Champweb resolveu comprar briga com a ideia e lançou, no twitter, a hashtag #fastest33 (os 33 mais rápidos), defendendo a tradição. Em sua página, lembra exemplos de gente que hipotecou casa e vendeu carro para conseguir participar, e se classificou. Ou mesmo o caso de Eddie Cheever que, nos tempos da IRL, venceu a edição 1998 com um chassi vendido pela Dallara sem garantia de pagamento e com o patrocínio de uma marca de snacks (Rachael’s Potatoes) que fez a sua parte em produto. Foi criada inclusive uma camisa que pode ser comprada pela internet para divulgar o movimento.
Imediatamente vários internautas resolveram mandar mensagens para donos de equipe como o próprio Andretti ou Chip Ganassi. De forma até bem humorada, o segundo pediu calma e apenas lembrou que “todas as opções estão sendo discutidas para o futuro”. Seria triste, no entanto, ver mais um pedaço da tradição que cerca o “maior espetáculo do automobilismo” ir embora dessa forma