Rally Dakar se despede da América do Sul. Arábia Saudita vai receber o desafio
Falta apenas a confirmação oficial por parte do Grupo A.S.O, que organiza eventos como o Tour de France (ciclismo). Mas depois de 11 edições disputadas em solo sul-americano, atravessando Argentina, Paraguai, Chile, Bolívia e Peru (com o sonho brasileiro de receber ao menos um pequeno trecho da maratona), o Rally Dakar está de malas prontas para outro continente.
E não se trata de um imaginado retorno à África – países mais ao sul como África do Sul, Namíbia, Angola e Moçambique chegaram a negociar um acordo. Os petrodólares falaram mais alto e, ao menos pelos próximos cinco anos, levarão um dos principais desafios do esporte motor para a Arábia Saudita.
A informação foi antecipada pelo diário esportivo espanhol Marca, depois que um piloto saudita sugeriu a possibilidade nas redes sociais. De acordo com a publicação, o governo do país árabe está disposto a desembolsar US$ 15 milhões anuais pelo direito de receber o Dakar – o Peru, que acabou sendo a sede única da maratona este ano, gastou cerca de US$ 6 milhões. Uma notícia ruim para os competidores sul-americanos – em especial os brasileiros –, que intensificaram sua participação nos últimos anos aproveitando-se da proximidade dos locais de disputa, com direito a duas vitórias entre os UTVs: Leandro Torres/Lourival Roldan em 2017 e Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin no ano passado.
O Dakar encontrou um território seguro do outro lado em Atlântico depois do cancelamento da edição 2008 às vésperas da largada, em Portugal, devido às ameaças de grupos terroristas da região sub-saariana. O serviço de inteligência da França admitiu que havia planos e armamento para colocar em risco a segurança da caravana.