Rally Dakar: sobre duas rodas, todos contra a ‘armada laranja’
As rivais bem que tentam, investem em seu equipamento, contratam pilotos de ponta mas, há 17 edições, falar em Rally Dakar nas motos é imaginar uma máquina laranja no alto do pódio. Honda, Yamaha, Sherco e até mesmo a ‘irmã’ Husqvarna tentam este ano impedir que a KTM chegue à maioridade nas vitórias.
Missão complicada considerando que os dois últimos vencedores: o britânico Sam Sunderland (2017) e o austríaco Matthias Walkner (2018) comandam o time oficial ao lado de Toby Price, campeão mundial de rally cross-country. As KTM 450 Rally receberam ajustes de chassi e suspensão para render bem nas dunas e, contando ainda com o argentino Luciano Benavides, a espanhola Laia Sanz e o português Mário Patrão, candidatos aos lugares no pódio não faltam.
Na Honda, o desafio é dar fim à maré de azar e acidentes e aos problemas mecânicos que comprometeram as últimas tentativas. A CRF 450 Rally mostrou estar afinada para as dunas ao vencer o Desafio Inca com o português Paulo Gonçalves. Além dele, o norte-americano Ricky Brabec, o francês Michael Metge, o argentino Kevin Benavides (irmão de Luciano) e especialmente o espanhol Joan Barreda Bort aparecem como ameaças à dominação laranja.

A Yamaha tem investido de modo mais modesto, mas sua WR 450 F Rally conseguiu vitórias de etapa e bons posicionamentos nas últimas edições. A equipe é liderada pelo francês Adrien van Beveren e conta ainda com seu compatriota Xavier de Soultrait e com o australiano Rodney Faggoter e o argentino Franco Caimi.
Entre os candidatos a surpresa estão dois dos pilotos da Husqvarna Monster Energy. O norte-americano Andrew Short deixou de lado uma consistente carreira no motocross e no supercross para encarar as provas de longa duração e tem feito bonito, assim como o chileno Pablo Quintanilla, vice-campeão no Mundial de Rally Cross-Country.
Os dois representantes brasileiros encaram o Dakar 2019 com o espírito da superação, pensando em concluir a maratona. Veterano de provas de enduro, motocross e rali, o paranaense Lincoln Berrocal estreia aos 60 anos com uma KTM 450. ” Sinto que a hora de parar está chegando e quero cumprir esse sonho de competir no Dakar para fechar essa minha história com o meu maior sonho realizado. Só penso em terminar todos os dias de competição e já me sentirei um vencedor”, completa. O gaúcho Marcos Colvero também vai de KTM para finalmente realizar um sonho que por muito tempo pareceu distante. “Até alguns anos atrás imaginava ser daqueles sonhos intangíveis, mas à medida que fui ganhando experiência nos ralis e treinos no exterior junto com uma preparação física e mental bem planejada a confiança começou a aproximar este sonho da realidade”.
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