Roar before the Rolex: a odisseia dos ‘sem volante’ em Daytona
O cenário se repete há alguns anos, mas sempre chama a atenção. Mesmo com 47 carros e cerca de 150 pilotos confirmados para as 24h de Daytona, que abrem a temporada da IMSA – sem contar as 19 máquinas do Prototype Challenge (regulamento LMP3) e as 31 do Michelin Pilot Challenge (TCR/GT4), muita gente boa de braço fica inicialmente de fora, mas não deixa de ir ao circuito da Flórida com macacão e capacete na bagagem em busca de uma oportunidade no “Roar Before the Rolex”. Algumas voltas nos dois dias de testes podem ser o passaporte para um posto de titular, ou pelo menos mostrar que, numa eventualidade, há com quem contar.
A lista deste ano é de respeito, com pilotos que já provaram do que são capazes em categorias como a Indycar. Diante das dificuldades, ao menos a tentativa é encarada com bom humor.
Going to hop on a tin bird tomorrow and hit up @DISupdates for the #Roar24. Helmet and suit in hand because why not? What will this gypsy racing driver get into next!? @IMSA ?? #Rolex24 #LetsGo pic.twitter.com/FVG3bYdjIN
— Conor Daly (@ConorDaly22) 3 de janeiro de 2019
“Vou pular num pássaro de metal e seguir para Daytona para o #Roar24. Capacete e macacão nas mãos, porque, quem sabe? No que esse cigano das pistas vai se meter?”, filosofa Conor Daly, filho do ex-Fórmula 1 Derek Daly, depois de um ano em que fez quatro provas na Indy.
Situação semelhante à da inglesa Pippa Mann, que tem sido presença constante nas 500 Milhas. “Tenho 99% de certeza de que meu material de corrida não vai sair da mala em Daytona mas, quer saber? Se eu não for até lá essa chance será de 100%”, comentou no Twitter, antes de postar uma foto com a credencial de piloto, já na Flórida. “Todos os anos dezenas de bons pilotos ficam por aqui, passeando, de olho numa oportunidade, conversando. Desta vez sou um deles”.
Outro que resolveu “passear” pelo World Center of Racing é João Paulo de Oliveira, em busca de um novo programa para a temporada depois de ver a colaboração de 13 anos com a Nissan no Japão ser interrompida pela montadora no começo da semana. Nem sempre o foco está nas 24h, mas na possibilidade de fazer testes durante o ano e reforçar alguma equipe nas etapas restantes do IMSA Weathertech.
Mesmo para quem já venceu as 24h a situação não é fácil. Campeão na GT em 2008 à bordo do Mazda RX-8 da equipe Speedsource e com participação também nos protótipos (LMP2 e LMPC), o mineiro Rafa Matos até contava com um cockpit, mas esbarrou numa mudança de regras da IMSA para o Prototype Challenge. Ele comporia o trio do Ligier JSP3 #7 com Blake Mount e o paranaense Júlio Campos. “O problema é que eu e o Júlio somos ranqueados como Gold na FIA, e mesmo nas provas de longa duração como aqui em Daytona (3h) não permitiram que dois com esse ranqueamento andassem no mesmo carro. Fica para a próxima”, diz o atual campeão da Trans-Am Series (classe TA2).
I’m 99% certain that none of this kit will come out of the bag in Daytona, 99% sure there won’t be a race car for me to drive. But you know what? If I stay home that’s a 100% chance. So tomorrow I’m getting on a plane, and I’m going. ✊? #RoarBeforeThe24 #BecauseRaceCar pic.twitter.com/s0HZnxtfMk
— Pippa Mann (@PippaMann) 1 de janeiro de 2019