Sauber confirma Giovinazzi. E Fórmula 1 ganha em nível técnico
Não há lugar para todos no circo, e mesmo pilotos de talento confirmado (Esteban Ocon) ou que merecem uma chance (George Russell) correm sério risco de ficar fora do grid do Mundial de Fórmula 1 em 2019. Mas uma aposta da Ferrari e, acima de tudo, do falecido presidente Sergio Marchionne, merecidamente, estará entre os 20 pilotos a alinhar no GP da Austrália, em março. A Sauber Alfa Romeo confirmou que Antonio Giovinazzi, 24 anos, formará dupla com Kimi Räikkönen a partir da próxima temporada, enquanto Marcus Ericsson será “rebaixado” ao posto de reserva.
Conhecido pelos italianos como “il ragazzo di Martina Franca” (o garoto de Martina Franca, em referência à cidade natal, na Puglia), Giovinazzi tinha tudo para não conseguir superar a peneira do kart apesar dos ótimos resultados não tivesse cruzado o caminho do indonésio Ricardo Gelael, pai de Sean, piloto da F-2 e dono de franquias da marca de fast food KFC em seu país. Já nos tempos do kart o italiano se tornou uma espécie de tutor do jovem Gelael e, com o inconfundível patrocínio Jagonya Ayam, venceu a F-Pilota Asia (com chassis Tatuus) em 2012, subiu direto para o Europeu de F-3 e, em 2015, acabaria superado apenas por Felix Rosenqvist. No ano seguinte, na GP2, protagonizou uma disputa emocionante com Pierre Gasly, que ficou com o título. Já como parte da academia de pilotos da Ferrari (FDA), substituiu Pascal Wehrlein nos GPs da Austrália e China do ano passado com a Sauber. Desde então, treinou com a equipe suíça, com a Haas e a própria Ferrari, à espera de uma chance prometida por Marchionne.
“Estou muito feliz por passar a fazer parte da Alfa Romeo Sauber, é um sonho que se realiza e um grande prazer poder competir pelo time, além de uma grande honra, como italiano, de representar uma marca tão lendária e bem sucedida no esporte como a Alfa Romeo. Só posso agradecer pela oportunidade”, comentou Giovinazzi, primeiro italiano a disputar uma temporada completa desde Vitantonio Liuzzi com a finada HRT no já distante 2011.
A efetivação de Giovinazzi em lugar de Ericsson foi fruto de uma longa negociação entre Ferrari/Alfa Romeo e o grupo financeiro sueco que salvou o time de Hinwil da falência ano passado. Ligado à gigante das embalagens longa vida Tetra Pak, o conglomerado bancou a presença de Ericsson na escuderia e, provavelmente, em troca de uma polpuda compensação financeira (ou desconto no fornecimento de unidades de potência), aceitou que seu protegido perdesse o posto de titular. Ericsson confirmou que pretende buscar “novas oportunidades de competir”, e não seria de se estranhar se ele ganhar uma chance de integrar o programa da Ferrari para as competições de GT (IMSA/WEC).