Scuderia Glickenhaus entra na luta contra a Covid-19 com ideia engenhosa
A mesma engenharia de ponta que desenvolve supermáquinas capazes de rasgar as pistas do mundo pode ser útil para ajudar a conter a pandemia de Covid-19. Vários times e empresas têm procurado ajudar a diminuir um perigoso gargalo de equipamentos para atendimento aos pacientes, especialmente os mais graves. E um exemplo vem da Scuderia Cameron Glickenhaus, que desenvolve seu hypercar para o Mundial de Endurance, além do GT SCG004, igualmente mostrado pelo Racemotor.
Diante da explosão de casos nos Estados Unidos, o time do bilionário James Glickenhaus partiu para tentar solucionar uma carência até surpreendente para a maior potência do planeta. Também lá faltam máscaras (N-95) para os profissionais da saúde. Não raro, a recomendação é da reutilização, o que aumenta o risco, sempre indesejável, de infecção hospitalar. E muitos médicos ou enfermeiros são obrigados a sair em busca de locais onde haja equipamentos de proteção individual.
Em meio à constatação, o time de engenheiros e especialistas da SCG passou a trabalhar com uma ideia engenhosa: aproveitar máscaras de mergulho, que já contam com impermeabilização e são seladas, para serem usadas de modo contínuo (sendo esterilizadas após cada uso).
Seria necessário conseguir adaptá-las aos filtros usados em UTIs para recolher impurezas do ar e garantir a higiene do ambiente. Com a ajuda do software Dreamworks, desenvolveram um adaptador universal que permitiria a conexão de forma segura. Rapidamente os protótipos foram desenvolvidos com a ajuda de impressoras 3D e, na segunda-feira (30) começa a produção em série, ao custo unitário de US$ 0.56 (R$ 2,80). Valor que será bancado por Glickenhaus para as 4 milhões de unidades previstas.
O produtor de cinema e colecionador de Ferraris conseguiu envolver gigantes como a Amazon, que ajudará com a logística. Além de doações de máscaras por lojas esportivas e fabricantes, a ideia é recolher colaborações da população e de outras empresas. O valor arrecadado ajudaria no sustento de pessoas que perderam os empregos e lojas/cursos de mergulho afetados pela pausa nas atividades.
Dupla preocupação
A SCG, aliás, tem sua estrutura dividida entre dois dos países que mais sofrem com a pandemia. Além de uma fábrica em Danbury (Connecticut), o desenvolvimento e a montagem de seus GTs ocorre na Itália. Nos dois casos, as atividades estão paralisadas.
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