Sergio Marchionne: adeus ao homem do ‘chão de fábrica’ na Ferrari
Ele não era presença constante nos GPs, até mesmo por conta da agenda repleta de compromissos como principal dirigente do Grupo FCA. E se procurava ser discreto nos boxes, ao lado do timoneiro Maurizio Arrivabene, deixava claras suas expectativas em frases de efeito, sempre enxergando o desafio da Ferrari no Mundial de Fórmula 1 pelo lado positivo, como bom ‘agitador de homens’.
Foi justamente dessa forma, e sob seu comando atento, que a escuderia de Maranello deixou para trás a desastrosa temporada 2016, sem vitórias e praticamente humilhada pela rival Mercedes, para se tornar uma adversária temida das Flechas de Prata ano passado, obrigando a rival e o inglês Lewis Hamilton a fazer seu melhor para se manterem no topo. De início, a estratégia para a recuperação foi atacada pela apaixonada imprensa italiana, que não entendia como a saída de homens de referência como James Allison e Luca Marmorini, contratados a peso de ouro, pudesse ser suprida por “desconhecidos” como Mattia Binotto e Simone Resta, criados no chão de fábrica da Scuderia.
Os bons resultados de 2017 se tornaram fruto de um esforço coletivo, assim como o desempenho do SF70 e de seu sucessor, o SF71-H que, com Sebastian Vettel, se alterna na liderança dos mundiais de Pilotos e Construtores com a equipe da estrela. No GP da Hungria, domingo (29), o time vermelho correrá em luto, com a perda de seu dirigente máximo. Foram apenas cinco anos à frente da Ferrari, tempo suficiente para deixar uma contribuição marcante dentro e fora das pistas. Além disso, graças a ele a Alfa Romeo voltou este ano ao circo, inicialmente uma operação de marketing, mas que vai bem mais longe, como mostram os ótimos resultados recentes da Sauber.