W Series: nem começou, e já levanta polêmica

O objetivo é louvável: dar maiores oportunidades às mulheres que buscam fazer carreira nos monopostos, premiando as melhores com incentivos para prosseguir a carreira. Mas a criação de um campeonato de fórmula apenas para elas baseado na Inglaterra já deu o que falar. Projeto que envolveu, entre outros, David Coulthard, o ex-dirigente da McLaren Dave Ryan (dono do time Von Ryan de GT) e o jornalista Matt Bishop (ex- assessor da McLaren e integrante da Autosport), a W Series (W, de women) mal foi lançada e mereceu uma enxurrada de críticas, ainda por cima das principais interessadas.

A ideia é confrontar 20 pilotos em conjuntos Tatuus-Autotecnica (Alfa Romeo) com configuração semelhante ao da F-3 Asiática, já mostrada por aqui, e da futura F-3 italiana, nos principais circuitos europeus, oferecendo assessoria para o desenvolvimento da carreira. O detalhe é que as participantes serão escolhidas por um ‘conselho de notáveis’ que inclui os nomes citados acima e não pagarão um centavo sequer para acelerar. Tudo sob a supervisão do British Racing & Sports Car Club (BRSCC).

As mulheres com carreiras consolidadas ou que ao longo de sua trajetória enfrentam os homens por seu espaço sem problema logo foram às redes sociais, lembrando que, como o hipismo, por exemplo, o automobilismo é um esporte aberto a eles e elas em condições de igualdade técnica. Elas alegam que separar os sexos não é a melhor iniciativa, mas sim incentivar quem já se destaca a participar dos campeonatos tradicionais.

“Que dia triste para o esporte a motor. Aqueles que podem financiar as carreiras das meninas estão preferindo segregá-las, o que é o oposto de incentivá-las. Estou desapontada por ver, a essa altura, um passo atrás tão grande”, comentou a inglesa Pippa Mann, veterana de várias largadas nas categorias de acesso norte-americanas e nas 500 Milhas de Indianápolis.

A alemã Sophia Floersch, que desponta no Europeu de F-3 (e se descreve em sua conta no Twitter como ‘apenas mais uma garota correndo contra o relógio e os meninos’), foi pelo mesmo caminho: “Eu concordo totalmente com os argumentos, mas discordo totalmente da solução proposta. As mulheres precisam de suporte e patrocinadores de longo prazo. Eu quero competir com os melhores do meu esporte, sejam eles homens ou mulheres”.

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