Williams promete juntar os cacos para recuperar força em 2019

Um dos times mais tradicionais e simpáticos do Mundial de Fórmula 1 tem vivido uma verdadeira montanha russa na atual década, bem distante dos tempos de glória dos títulos mundiais de Allan Jones, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve. Depois da descida às profundezas do Mundial de Construtores em 2013, a parceria com a Mercedes e a chegada de Felipe Massa e Valtteri Bottas levou a Williams de volta aos pódios, poles e às primeiras filas, mesmo sem um orçamento tão forte quanto o de Mercedes, Ferrari e Red Bull.

O que parecia um processo sem volta esbarrou em limitações técnicas e na incapacidade de desenvolver o material com a mesma eficiência das concorrentes. No ano passado, mesmo a experiência do brasileiro, que voltou atrás na aposentadoria para ocupar a vaga que seria do finlandês, esbarrou em problemas mecânicos – nas ruas de Baku, Massa chegou a liderar até que a quebra da suspensão custou um pódio certo. Neste ano, a escuderia de Grove optou pelo dinheiro trazido pelo russo Sergei Sirotkin que, embora tenha potencial e capacidade para estar no circo, forma com Stroll uma dupla pouco experiente. E nem mesmo o trabalho de Paddy Lowe e Rob Smedley foi capaz de impedir que os carros ingleses se tornassem ocupantes constantes da primeira fila.

Se parecia não faltar nada, a Martini, patrocinadora principal nas últimas cinco temporadas, confirmou que encerrará a parceria no fim deste ano. E Lawrence Stroll, pai de Lance, promete levar seus milhões para a Force India, que adquiriu ao lado de um consórcio de investidores.

Falando ao site oficial da Fórmula 1, dois dos principais personagens do time admitiram a crise técnica, mas garantiram que o planejamento já está sendo feito para recuperar terreno nos grids. A team principal Claire Williams, filha de Frank, lembra que a situação financeira da escuderia está longe de ser preocupante, reconhece que muita coisa não saiu como o previsto mas promete dias melhores para a organização.

“Você não deixa de ser o quinto time e passa a ser o último sem motivos, sem deficiências, e nós as temos. Optamos por uma estratégia agressiva na pré-temporada e ela não trouxe os resultados que queríamos, nosso pacote aerodinâmico se mostrou equivocado. Mas se deixar levar pelo pânico não é a melhor estratégia para passar por isso. Conseguimos identificar nossas fraquezas, o que precisa ser modificado e estamos trabalhando para isso como se começássemos do zero. As pessoas muitas vezes não imaginam que um time de F-1 é uma organização imensa e que não é fácil mudar processos e procedimentos para fazê-la funcionar perfeitamente. Não estamos lutando pela sobrevivência, lógico que teremos impactos em nosso orçamento no fim deste ano, mas já passei por coisas piores. Lembro-me dos jantares em casa quando minha mãe perguntava a meu pai: ‘e agora, Frank, o que você vai fazer para garantir nosso sustento, o que será do ano que vem?’ e ele sempre respondia: ‘calma, vamos passar por isso”, afirma.

Para o diretor-técnico Paddy Lowe, a relativa inexperiência dos pilotos não pode ser usada como desculpa para os resultados. “Eles têm feito um trabalho elogiável, mas nós não conseguimos dar a eles um carro que permita mostrar todo o seu potencial, lutar pelos pontos constantemente. E apesar das evoluções que temos desenvolvido, é difícil esperar que isso aconteça efetivamente esse ano. Então, é normal que mudemos nosso foco para 2019, trabalhando com maior calma e atenção no que precisa mudar”.

 

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