Dakar 2022 chega ao fim com Brasil no alto do pódio. Confira os vencedores
Quinze dias de competição; 13 etapas e mais de oito mil quilômetros percorridos, 5.200 deles cronometrados. A sexta-feira (14) marcou o encerramento do Dakar 2022, na Arábia Saudita e consagrou os vencedores desta edição do maior rally do mundo. Com direito a um brasileiro entre eles. Pela segunda vez o navegador Gustavo Gugelmin vence entre os UTVs, na classe T4. Agora ao lado do norte-americano Austin Jones, no Can-Am Maverick XRS da equipe oficial Can-Am. A dupla começou o último estágio em desvantagem para os espanhóis Gerard Farres Guell e Diego Gil, seus companheiros de equipe (+1min41). Mas viu os rivais terem problemas elétricos no fim da especial que os fizeram perder tempo. Pouco, mas suficiente para dar adeus ao sonho de vitória.

Gugelmin já havia conquistado o Dakar 2018, ainda na América do Sul, ao lado de Reinaldo Varela. Atual campeão da Copa do Mundo FIA de Rallies Cross-Country, ele começa bem no novo Mundial (W2RC).
Participação muito positiva também para Rodrigo Luppi e Maykel Justo (Can-Am Maverick XRS / South Racing). Eles venceram a quinta etapa, lideraram por dois dias e mesmo com o tempo perdido por problemas mecânicos em dois estágios, terminaram o Dakar 2022 na sexta posição. Na última especial (164km, no percurso entre Bisha e Jeddah, ficaram com o segundo lugar.
Na T3 (UTVs protótipos), festa chilena, com a conquista de Francisco Chaleco Lopez e Juan Latrach (Can-Am Maverick XRS / EKS South Racing). A dupla venceu a T4 em 2021 e repetiu o feito na nova categoria mesmo sem conquistar nenhuma especial. Com a ajuda dos problemas mecânicos que tiraram Seth Quintero e Dennis Zenz (Overdrive OT3 / Red Bull Junior Team) da briga pela vitória. O norte-americano Quintero e o alemão Zenz foram os mais rápidos em 12 estágios, novo recorde no Dakar.
Motos
Segundo título para o britânico Sam Sunderland nas duas rodas (levou também em 2017). E o primeiro da Gas Gas, que pertence à KTM e também alinha as 450 Rally da fábrica austríaca. O piloto de 32 anos, conseguiu ser constante num formato de prova que penaliza quem larga nas primeiras posições por ter se destacado na especial da véspera. Sunderland retomou a ponta no momento decisivo (o penúltimo dia). Num estágio mais curto, usou bem a vantagem que tinha. Os 3min25 perdidos para o chileno Pablo Quintanilla (Monster Energy Honda) foram mais que suficientes para garantir o bi, à frente do chileno. O austríaco Matthias Walkner (KTM) completou um pódio com três marcas diferentes.
Danilo Petrucci (KTM) completou o desafio apesar da quebra no terceiro dia, com direito a uma vitória de etapa. Sem o tempo de penalização, o ex-piloto da MotoGP ficaria entre os 40 primeiros, à frente de nomes com experiência bem maior neste tipo de prova.
Nos quadriciclos Alexandre Giroud (Yamaha) se tornou o primeiro francês a conquistar o título da categoria. Em 1997, seu pai, Daniel, se tornou o primeiro a completar o rally neste tipo de veículo. Marcelo Medeiros fechou a prova em sexto, com três vitórias de etapa. O maranhense perdeu a chance de lutar pelo pódio com a quebra da suspensão na quinta etapa.
Carros
Nenhuma surpresa na definição dos carros. Nasser Al-Attiyah e Mathieu Baumel (Toyota Hilux T1+ / Toyota Gazoo Racing) confirmaram a vitória ao administrar a vantagem entre Bisha e Jeddah. Para o piloto do Qatar, é a quarta conquista (levou também em 2011, 2015 e 2019). Com o novo navegador Fabien Lurquin, Sebastien Loeb (BRX Hunter T1+) mais uma vez foi vice-campeão. Yazeed Al-Rajhi e Michael Orr (Toyota Hilux T1+ / Yazeed Racing) completaram o pódio.
Mattias Ekstrom e Emil Bergkvist levaram o Audi RS Q e-Tron a um lugar no top 10 (nona posição). Mesmo com os problemas típicos de uma primeira participação, o buggy elétrico com auxílio de um motor à combustão dominou quatro etapas e mostrou que tem tudo para brigar pela vitória em 2023.
Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs (Buggy Century CR6) conseguiram seu melhor resultado nesta sexta-feira: sétimo lugar na especial. E concluíram o Dakar 2022 na 30ª posição.
Caminhões
Segundo título para Dmitry Sotnikov entre os pesados. Ao lado de Ruslan Akhmadeev e Ilgiz Akhmetzianov ele comandou a armada da russa Kamaz, que conquistou os quatro primeiros lugares. Eduard Nikolaev e Anton Shibalov terminaram respectivamente em segundo e terceiro.

Morte
Se o Dakar 2022 não teve acidentes fatais entre os competidores, o mesmo não aconteceu entre as equipes de apoio. O francês Quentin Lavalée, de 20 anos, morreu nesta sexta-feira, depois do choque entre o carro que comandava e um caminhão local, nas proximidades de Jeddah. Ele trabalhava como mecânico chefe do Peugeot 205 T16 inscrito no Dakar Classic pelo time PH Sport.
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