Dakar imprevisível tem Varela de novo na ponta
Com três etapas restando para a conclusão do Rally Dakar, é praticamente impossível fazer prognósticos em duas categorias da maratona fora de estrada: nos UTVs e nas motos. Entre os pequenos veículos, a liderança, de modo surpreendente, voltou às mãos de Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin (Can-Am) no sétimo estágio cronometrado, com largada e chegada em San Juan de Marcona.
Se começaram o dia em terceiro, os atuais campeões na categoria viram o russo Sergey Kariakin, que vinha em segundo, capotar e danificar a suspensão dianteira de seu BRP, perdendo mais de três horas para o reparo. E o espanhol Gerard Farrés Guell, companheiro de time de Varela, deu adeus à ponta ao enfrentar problemas já antes do segundo controle de passagem. Os brasileiros completaram a etapa 22min04 atrás do chileno Chaleco López (Can-Am), em sua terceira vitória na prova. Na classificação geral, no entanto, têm 4min03 de vantagem. Marcos Baumgart/Kléber Cincéa e Cristian Baumgart/Beco Andreotti ocupam a sexta e a oitava posições.
Nas motos, o chileno Pablo Quintanilla (Husqvarna) enfrentou dificuldades de navegação em meio à névoa, que neutralizou a disputa por 35 minutos no primeiro controle de passagem (e atrasou a largada dos carros). Melhor para o norte-americano Ricky Brabec (Honda) que, em dia de vitória do britânico Sam Sunderland (KTM), retomou o comando. Os cinco primeiros, no entanto – Brabec, Adrien Van Beveren (Yamaha), Toby Price (KTM) , Sunderland e Quintanilla – seguem separados por menos de 10 minutos, mantendo a indefinição.
A disputa nos carros se encaminha cada vez mais para a vitória de Nasser Al-Attiyah e a Toyota Hilux da Gazoo Racing SA. Se os rivais mais próximos sofrem com problemas mecânicos que os fazem perder terreno – ontem foi novamente a vez de Sebastien Loeb (Peugeot), o catariano mantém um ritmo forte mas evita arriscar, o que lhe vale uma diferença de 29min16 em relação ao segundo, Stephane Peterhansel (Buggy Mini JCW/X-Raid).
Quem pode se dar ao luxo de encarar o caminho até Lima com relativa tranquilidade são o argentino Nico Cavigliasso (que venceu sua sexta em sete etapas entre os quadriciclos) e o russo Edouard Nikolaev (Kamaz) entre os caminhões.