Esporte chora a perda de Tunico Maciel após acidente no Sertões

A tarde de segunda-feira começou com uma notícia triste e uma perda incomensurável para o motociclismo brasileiro. Tunico Maciel não resistiu aos ferimentos provocados por um acidente no quilômetro 62 da especial entre Bacabal e Barreirinhas que marcava o último dia do Sertões 2020. Bicampeão da prova (2018/2019), ele brigava pela vitória este ano com o catarinense Ricardo Martins – que iniciou o dia em vantagem -, e, ao passar sobre uma depressão, a moto acabou caindo sobre a roda dianteira, o que o projetou. O impacto com o solo provocou um traumatismo crânio-encefálico grave, que, infelizmente, se mostrou fatal, apesar de todos os esforços clínicos.

Martins foi o primeiro a chegar ao local do acidente e, diante da gravidade do quadro, acionou o protocolo de SOS. Embora apenas ele e o terceiro a largar tivessem, pelo regulamento, de parar para prestar socorro, mais de 20 pilotos se envolveram no esforço para salvar a vida do companheiro. Como não havia condição de pouso para o helicóptero no local exato, o piloto foi conduzido por uma equipe de terra até o transporte aeromédico, que o levou até o Hospital UDI, em São Luiz.

Natural de Lavras, Tunico, 26 anos, começou no enduro de regularidade e acabou apadrinhado por outro grande campeão: Dário Júlio, hoje chefe de equipe na Honda e, como o conterrâneo, destaque nas provas de rally. De família simples, uniu o talento nato a um empenho gigantesco na preparação física e técnica e não precisou de muito tempo para ver o esforço reconhecido e premiado. No Sertões, venceu a categoria Maratona no ano de estreia (2015), antes do bicampeonato. Ano passado, dominou o Piocerá e o Ibitipoca Off-Road (regularidade), além de conquistar o título brasileiro de Rally Cross-Country.

Na atual temporada, havia vencido o RN1500 e foi vice no Independência, única prova tradicional do off-road brasileiro que faltava no currículo. E com o desempenho nos primeiros dias do Sertões, assegurou, de forma antecipada, o bi brasileiro de rally.

Durante live após a chegada a Palmas, o já saudoso piloto resumiu numa frase o que o moveu até a última especial (“eu gosto é de andar de moto”). Triste ironia do destino, especial vencida por ele, já que foram computados os tempos até o local do acidente.

Comoção

Assim que a notícia foi oficializada pela Honda Racing, equipe do mineiro, e pela organização do Sertões – do qual ele foi a primeira fatalidade em um trecho cronometrado ao longo das 28 edições -, tiveram início as manifestações de pesar e tristeza. Colegas, adversários e todos os que conviveram com o campeão foram unânimes ao lembrar de alguém que transpirava paixão pelo que fazia e, acima de tudo, satisfação por ter alcançado tanto em tão pouco tempo. Sempre com humildade, disponibilidade e atenção. O Racemotor se une à família do off-road em um momento tão difícil.

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