Gordon Murray traz conceito banido na F-1 de volta para superesportivo

Hoje cavaleiro do Império Britânico, Gordon Murray fez história na Fórmula 1 como um dos mais geniais projetistas de sua geração, conquistando dois títulos mundiais com Nelson Piquet na Brabham (1981 e 1983). Antes disso, no entanto, o sul-africano já havia feito das suas ao propor, no time então comandado por Bernie Ecclestone, um conceito surpreendente, capaz de levar o agora saudoso Niki Lauda à vitória na primeira tentativa: o GP da Suécia de 1978, em Anderstorp.

O BT46 era uma tentativa de driblar o peso e as dimensões do motor Alfa Romeo V12, que limitavam a aerodinâmica e dificultavam as coisas em plena era dos carros-asa. Murray teve a intuição de equipar a traseira do modelo com um imenso ventilador que sugava o ar ajudando a manter a máquina ainda mais grudada ao solo. Na teoria, o equipamento estava ali para refrigerar o propulsor, mas não demorou muito tempo para que as rivais compreendessem a artimanha e protestassem. O resultado do GP sueco foi mantido, mas o carro se tornou ilegal a partir da etapa seguinte.

Ainda na ativa e com o espírito criativo mais forte do que nunca, Murray decidiu retomar o conceito para um superesportivo exclusivo (vale lembrar que de sua caneta nasceu também a McLaren F1 GTR, que venceu as 24h de Le Mans de 1995 e inúmeras provas no regulamento GT1). O T50 começará os testes de pista no ano que vem e os primeiros exemplares (serão 100 no total, a um preço de 2 milhões de libras, ou cerca de R$ 9,5 milhões) entregues a partir de 2022.

O projetista revelou os primeiros dados técnicos da máquina, além de um esboço que mostra a presença do ventilador logo atrás do motor V12 (fabricado especialmente pela Cosworth e que, segundo ele, será o de maior regime de rotações já visto em uma máquina de ‘rua’). O peso será de modestos 980 quilos.

Como não há asas semelhantes às de um F-1 e o fluxo de ar segue caminho diferente, o ventilador terá menor influência aerodinâmica – sua principal função será ‘disciplinar’ o ar quente dissipado pelo motor, além de sugar a corrente que entra pela tomada acima do cockpit, como mostram as setas no desenho. Quatro décadas depois, finalmente a ideia de Murray ganha nova aplicação e, desta vez, sem risco de ilegalidade…

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