Mulheres brilham no mais difícil Sertões da história

Quinze dias, 14 etapas, mais de 7 mil quilômetros atravessando oito estados brasileiros. A edição dos 30 anos do Sertões BRB, que celebrou ainda o Bicentenário da Independência, foi especialmente extrema e intensa. O maior rally das Américas foi também, em 2022, o maior do mundo. Nada que intimidasse as 13 mulheres que resolveram encarar o desafio. Concluí-lo já seria uma vitória, mas elas resolveram fazer mais.

Primeira piloto a encarar o Sertões, ainda no fim do Século XX, Moara Sacilotti completou sua 22ª participação nas motos no alto do pódio. Pequenina na estatura, mas gigante sobre sua Yamaha WR 450F, a paulista conquistou o título da categoria Moto Over. Superou Laura Lopes, que compete pela Guiana Francesa e, pelo terceiro ano seguido, encarou o rally ao lado do marido, Gerard Pauchet.

“Sem olhar para trás, venci cada km desse gigante. Vencer pela primeira vez uma categoria foi fruto dessa vida de dedicação ao esporte. Estou muito feliz com o resultado! Vou comemorar para sempre, porque sei o quão difícil foi conquistá-lo. Me preparei para esse Sertões durante 35 anos, desde que pilotei uma moto pela primeira vez na vida. Em especial nos últimos 8 meses, com toda dedicação e foco necessários”, resumiu Moara.

Da marcha ao UTV

Título também nos UTVs. Pamela Bozzano, que contou com o marido Enio como navegador, levou a melhor na categoria UT3, para modelos com menor preparação. Mais uma faceta numa trajetória esportiva antes marcada pela participação em competições de marcha atlética e hipismo.

Na mesma categoria, Helena Deyama e Cristina Starling garantiram o quarto lugar final. Heleninha é outra das pioneiras do Sertões, movida por uma paixão que a fez criar o projeto MUSA (Mulheres Unidas Sertões Adentro), justamente para ampliar a participação feminina na prova – Moara é outra de suas embaixadoras).

Helena Deyama (D) e Cristina Starling (Victor Eleutério/Fotop/Sertões)

Também houve campeã entre os carros. Christina Xavier foi a navegadora na Mitsubishi L200 Triton comandada por Alessandro Tozoni – juntos, conquistaram o primeiro lugar na classe Super Production. A catarinense Josiane Koerich, a Josi, cumpriu a mesma função na Ford Ranger V8 pilotada por Pedro Prado Neto – ficaram em segundo na categoria T1 Brasil.

Com apenas 19 anos, Nicole Neumann disputou a segunda metade do rally (Sertões Norte) como navegadora e representante da terceira geração da família a encarar a poeira. Sua mãe, Corinna, começou ao lado do pai. Em 2020, Corinna e Nicole viveram a emoção de competir juntas.

Sertões BRB em família também para a paraense Melissa Matsunaga. Seu pai, Julio, que já havia participado nas motos e é o principal incentivador, desta vez foi o navegador da dupla na metade Norte. Ainda nos UTVs, a paraguaia Mirna Martínez; a paulista Minae Miyauti, a brasiliense Cláudia Grandi e a paranaense Luciani Maronezi mostraram garra e resistência.

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